segunda-feira, 25 de maio de 2009

Alckmin fortalece pré-candidatura no interior

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
da Folha de S. Paulo

O secretário estadual de Desenvolvimento de São Paulo, Geraldo Alckmin, decidiu intensificar seu ritmo de visitas ao interior paulista como antídoto ao fortalecimento da pré-candidatura a governador de Aloysio Nunes Ferreira, seu colega da Casa Civil, na disputa interna do PSDB, caso José Serra concorra ao Palácio do Planalto no ano que vem.

Mesmo ocupando a liderança das pesquisas de intenção de voto e há quatro meses no comando da pasta, Alckmin está longe de quebrar a resistência dos grupos do governador Serra e do prefeito Gilberto Kassab (DEM) ao seu projeto de voltar a comandar o Estado.

Ex-governador de 2001 a 2006, o tucano optou por um recuo tático em relação à atitude adotada no ano passado, quando praticamente impôs ao partido sua candidatura a prefeito da capital contra a vontade dos serristas, que defendiam o apoio à reeleição de Kassab.

Alckmin agora trabalha para se manter em alta no interior, onde --conforme a mais recente pesquisa Datafolha-- está a maior fatia de seu eleitorado. Evita ainda melindrar o governador e Aloysio esquivando-se de dar declarações públicas sobre política partidária ou 2010. Ele sabe que não concorrerá sem a indicação de Serra.

Anteontem, Alckmin reuniu cerca de 300 pessoas em Sorocaba para falar de "prioridades do desenvolvimento regional". Na quinta, foi a Caraguatatuba, no litoral. Amanhã, estará no Vale do Ribeira para entregar uma escola técnica. No fim de semana passado, assistiu em Tambaú, noroeste do Estado, à missa da primeira fase de canonização do padre Donizetti.

Em seu melhor cenário, Alckmin tem 46% das intenções de voto, segundo pesquisa Datafolha divulgada em março; Aloysio chega a 3%. A estratégia de Aloysio privilegia a máquina partidária e siglas aliadas do PSDB-SP, com algumas viagens ao interior.

Ele estreitou sua relação com prefeitos, vereadores e deputados estaduais, pois sua pasta concentra a distribuição de verbas. Seus apoiadores também têm procurado tucanos com o discurso de que, seja quem for o candidato de Serra, "herdará automaticamente" os votos do eleitorado antipetista.

PMDB paulista

Orestes Quércia, ex-governador e principal nome do PMDB no Estado, vê em Aloysio uma possibilidade maior de ficar com uma das vagas ao Senado numa eventual chapa liderada por Serra. Ontem, no congresso estadual do PMDB, na capital, ele defendeu uma aliança com o PSDB em São Paulo.

"Gostaríamos que o Aloysio fosse o candidato. Ele tem uma ligação com o PMDB, foi vice-governador pelo PMDB e líder do meu governo na Assembleia. Mas isso não exclui a possibilidade de apoiarmos outro. É uma questão do PSDB", disse.

Quércia declarou seu apoio à candidatura de Serra à Presidência e disse que a proposta de aliança com o PT, defendida por congressistas do PMDB, poderá sair derrotada. "Os deputados e senadores são muito importantes, mas não são só eles que manobram o PMDB", disse. No evento, o presidente nacional do partido e da Câmara, Michel Temer, afirmou que "o que a convenção decidir, será o rumo que tomaremos".

domingo, 3 de maio de 2009

Com Ronaldo, Corinthians é campeão paulista invicto em 2009

Corinthians empata com 'olé' e ganha Paulista invicto após 71 anos

Bruno Thadeu, Carlos Padeiro e Rodrigo Farah
Em São Paulo

O Corinthians manda em São Paulo outra vez. Uma campanha extremamente regular do clube do Parque São Jorge auxiliada pela presença do atacante Ronaldo em grande fase foi coroada com a conquista do 26º título paulista neste domingo. Diante de um Pacaembu lotado, a equipe de Mano Menezes fez valer a vantagem obtida no primeiro jogo e segurou o empate por 1 a 1 com o Santos com gritos de 'olé' da torcida para vencer o Estadual de maneira invicta.

O caminho do Corinthians não foi traçado de maneira perfeita, mas o torcedor pode se orgulhar de ter visto poucos erros da equipe ao longo da competição. O time alvinegro encerrou o torneio com 13 vitórias, dez empates e 83% de aproveitamento na fase decisiva.

PRINCIPAIS LANCES
PRIMEIRO TEMPO
14min - Paulo Henrique faz bela assistência, Germano invade a área e cruza rasteiro. A zaga afasta. Na sequência é a vez de Triguinho invadir a área e cruzar rasteiro, mas Felipe evita o gol e Alessandro manda para longe
18min - Madson dribla, ganha na velocidade, invade a área e chuta rasteiro. A bola sai próxima à trave direita do gol de Felipe
27min - GOOOOLLLL DO SANTOS!!!! Kléber Pereira recebe de Roberto Brum na área e cai após choque com Felipe. O camisa 9 santista bate com categoria e abre o placar
31min - Quase o Santos faz o segundo. Após cruzamento e confusão na área, a bola sobra para Paulo Henrique chutar, quase da pequena área, e Felipe defender no reflexo
33min - GOOOOLLLL DO CORINTHIANS!!!! Dentinho faz a assistência, André Santos recebe na área e chuta forte, no canto de Fabio Costa
SEGUNDO TEMPO
10min - Cruzamento na área em cobrança de folta, Jorge Henrique sobe sozinho e cabeceia para o chão. Fabio Costa espalma para escanteio
11min - André Santos chuta e Fabio Costa espalma. Na sequência, Alessandro cruza, mas Ronaldo não alcança
12min - Ronaldo invade a área sozinho e tenta encobriu Fabio Costa, mas o goleiro do Santos defende
37min - Madson faz bela jogada pela direita e cruza rasteiro. Maikon Leite desvia e Felipe espalma
MANO: O TÍTULO NA ELITE
JORGE HENRIQUE E A REAÇÃO
"Conquistamos um título invicto em um campeonato tão difícil como o Paulista. Ser campeão era um sonho no começo e, da forma como construímos, deixa o treinador muito feliz. O torcedor também merece demais. Foi muito duro depois de tudo o que passamos na Série B e neste ano, mas merecemos", comemorou Mano Menezes, que logo em seguida berrou "É campeão!" colado na grade com os torcedores do tobogã.

A conquista foi obtida com tamanha autoridade, que o Corinthians repetiu um feito que não conseguia há mais de 70 anos. Esta foi a quinta vez na história que o time alvinegro venceu o Paulistão de maneira invicta. Todas as outras vezes, no entanto, ocorreram há muito tempo - a última delas foi em 1938.

Antes da partida, a expectativa girava em torno da possibilidade de o Santos conquistar uma virada histórica. Os comandados de Vagner Mancini precisavam triunfar por três gols de diferença e bater uma equipe com média de apenas 0,77 gols sofridos por jogo. Não só isso, como o time da Baixada tinha que superar a massa de torcedores fanáticos e sedentos pelo título corintiano no Pacaembu.

No começo do duelo, o Corinthians se deparou com um Santos ousado e rápido pelas pontas. Ao mesmo tempo, o time anfitrião não ficou recuado, o que deixou o jogo com espaço para ambas as equipes. Mas aos poucos, o clube da Baixada começou a se impor e criar chances claras com boas movimentações de Paulo Henrique e Madson.

Veloz em campo, o Santos se animou com as oportunidades e aumentou a esperança de sua torcida ao balançar a rede aos 27min. Kléber Pereira sofreu pênalti de Felipe e se encarregou da cobrança para marcar em seguida. O gol deixou os ânimos mais exaltados nos dois lados, tanto dos jogadores como dos técnicos, que reclamavam muito com o juiz.

Foi quando o Corinthians, em uma atuação ruim até então, conseguiu empatar. André Santos apareceu de trás como elemento surpresa na esquerda e chutou forte para deixar tudo igual. No fim do primeiro tempo, os visitantes deixaram o gramado reclamando do juiz e da atitude dos rivais, que teriam retardado o jogo de maneira intencional ao pedir a reposição de bolas murchas. "Faltam critérios. Ele [Sálvio Spínola] tem que apitar de uma forma justa", afirmou Vagner Mancini.

Thiago Bernardes/UOL
Taça "pega fogo" e assusta capitão William na entrega da taça do título paulista
LEIA A NOTA COMPLETA
ELIAS TEM FUTURO INDEFINIDO
DENTINHO ALIVIADO COM TAÇA
A etapa final começou com o Santos ofensivo outra vez e com quase 60% de domínio da posse de bola. Entretanto, os anfitriões voltaram do intervalo melhor postados na marcação e seguraram os avanços do adversário.