sábado, 31 de outubro de 2009

Palocci admite apoiar Ciro se ele for candidato em SP

Sérgio Lima/Folha





Como bom petista, Antonio Palocci sabe que pode ser a favor de tudo, mas deve ser absolutamente contra qualquer coisa que contrarie a vontade de Lula.



Assim, o ex-czar da economia insinuou que, para ajustar-se aos planos do presidente, não hesitará nem mesmo em posicionar-se contra si mesmo.



Preferido do petismo para concorrer ao governo de São Paulo, Palocci admitiu, pela primeira vez, levar suas pretensões à bandeja, servindo-as a Ciro Gomes (PSB):



"Ciro é um grande companheiro nosso e, se por alguma razão, ele decidir desenvolver atividade aqui em São Paulo...”



“...Vai ter em nós todo o companheirismo que merece. Mas ainda está muito cedo para discutir o assunto da candidatura".



Cedo não é. Mas Ciro, que se tornou um candidato multiuso ao transferir o título de eleitor para São Paulo, adia a definição.



Combinou com Lula e com a cúpula do PSB que só decidirá em março o papel que deseja desempenhar em 2010.



Por ora, tenta empinar a candidatura presidencial. Mas, sem aliados que lhe tonifiquem o tempo de TV, pode ter de exigir de Palocci o “companheirismo que merece”.

Escrito por Josias de Souza às 03h41

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O ex-presidente Itamar Franco não é "carta fora do baralho" sucessório (Edson Paim escreveu)

Como na lenda do Fenix, pássaro mitológico do Egito, na antiguidade clássica, segundo relatos de Heródoto e Plutarco, resurgia das suas próprias cinzas, Itamar Franco que, como vice de Collor foi guindado à Presidência da República, agora, reaparece repentinamente, como vice-presidente do PPS e defensor da candidatura de Aécio Neves, Governador de Minas e neto de Tancredo Neves, para complicar, mais ainda, o jogo sucessório presidencial.

Três partidos que dividem, hoje, o espólio da UDN: o PPS (ex-Partido Comunista Brasileiro - PCB) e que forma com o DEM a ala direita da política brasileira, tendo ao seu lado, o PSDB (pseudo democracia social brasileira), capitaneado pelo neo-liberal FHC, acrescidos do PMDB de alguns estados, os quais farão, nas próximas eleições, o contraponto ao bloco governista, constituído por um elenco de partidos, tendo à frente o PT e o PMDB "chapa branca", trazendo à tira-colo a candidata oficial, ministra Dilma Roussef e um candidato "estepe", Ciro Gomes, destinado a ser a "tábua de salvação", no caso de Dilma não decolar.

Neste cenário, surge uma "trinca" de atores: Itamar Franco, Aécio Neves e o ex-deputado federal Roberto Freire (PE) que foi reconduzido à Presidência do PPS, os quais representam três importantes "trunfos" que poderão ter atuação decisiva na definição do quadro sucessório, tanto mais que Itamar que apoia e aposta na candidatura de Aécio, mas é um possível candidato a Vice-Presidente, na chapa de José Serra, o que seria inviável no caso da candidatura de Aécio, por serem ambos do mesmo estado - Minas Gerais e, pelo mesmo motivo, Michel Temer ou Orestes Quércia não poderiam ser vice de Serra.

Se política é como nuvens, como já dizia Benedito Valadores, uma "raposa felpuda", da maior escola de política que o país ja teve, o PSD mineiro, a coisa se complica quando entra em cena o ex-prefeito de Juiz de Fora, ex-governador do estado montanhês e ex-Presidente da República, Itamar Franco, tradicional militante da UDN mineira e principal responsável pela candidatura de FHC, que ao introduzir e se beneficiar do casuismo do segundo mandato, frustrou a candidatura de Itamar, motivo pelo qual ele pode se transformar numa "pedra no sapato" de José Serra, o principal pupilo do criador do segundo mandato, a menos que venha a ser guindado como companheiro de chapa do governador de São Paulo.

Como o DEM não reivindica a vice na chapa da oposição, aumenta a chance do PPS, de Roberto Freire, "emplacar" Itamar Franco, nessa vaga, reditando a política "café com leite", formada pelos dois maiores colégios eleitorais da federação, vigente antes da revolução de 1930, complicando, assim, a vida de Lula e de sua pupila Dilma e, forçando o presidente e a banda governista do PMDB a lançar, como vice, o Ministro das Comunicações, Hélio Costa, do PMDB mineiro, em detrimento da candidatura do paulista, Michel Temer, até agora, considerada como a mais provável.

Pior que isto, para a candidata situacionista, só mesmo se, diante da indecisão de Serra, prevalecer o lançamento de Aécio Neves, mais competitivo que o governador paulista e representando o "novo", sem o estigma de perdedor e sem os "ranços" de continuismo da era neo-liberal de FHC, impedindo, destarte, uma disputa plebiscitária como é desejo do patrocinador da candidatura da Ministra Dilma.

(Escrito por Edson Paim)

sábado, 24 de outubro de 2009

Lideranças do PT empurram Ciro para refrega de SP

Folha
Ao levar o seu título de eleitor para passear em São Paulo, Ciro Gomes (PSB-CE-SP) tornou-se, como se sabe, um candidato multiuso.



O deputado diz coisas definitivas –Sou candidato à presidência— sem definir muito bem as coisas –A decisão será tomada em março.



Bate três vezes na madeira quando lhe perguntam se pode trocar a disputa nacional pela refrega de São Paulo. Não, não e não.



A maleabilidade semântica anima o petismo, que se esforça para transformar o não em sim, retirando Ciro do caminho de Dilma Rousseff.



"Ciro é uma liderança que tem compromisso com o nosso projeto, com o governo Lula”, diz Aloizio Mercadante.



“Se ele apoiar a ministra Dilma, o PT de São Paulo tem que deixar as portas abertas. Ele tem todas as condições de ser candidato ao governo de São Paulo”.



Eduardo Suplicy (PT-SP), que ambiciona entrar na sucessão paulista, informa que tocou o telefone para Ciro.



"Transmiti que, da minha parte, não tenho qualquer objeção que ele venha a disputar se for escolhido de forma legítima pelo PT”.



Cândido Vaccarezza esclarece que não há vestígio de resistência ao nome de Ciro no PT. "Nunca houve. Estamos abertos a esse apoio".



Nem o PSB-SP, aliado do governo tucano de José ‘Feio na Alma’ Serra, parece tão entusiasmado com o projeto Ciro-SP quanto o PT.



Para desviar o aliado incômodo de seu objetivo federal, o partido de Lula enfeita a forca de modo a fazê-la parecer com um inofensivo instrumento de cordas.

Escrito por Josias de Souza às 04h31

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Emidio sinaliza apoio a Ciro e defende abertura de diálogo com partidos aliados em SP

da Folha Online

Pré-candidato ao governo de São Paulo, o prefeito de Osasco, Emidio de Souza (PT), sinalizou hoje disposição de apoiar a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao Palácio dos Bandeirantes.

Em carta aberta (leia a íntegra) à militância petista, Emidio defendeu que o PT abra diálogo com partidos da base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pelo governo de São Paulo em prol da candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência.

"Posiciono-me pela abertura e diálogo, sem vetos, a todas as alternativas apresentadas pelos partidos que venham a se unir para derrotar o projeto dos tucanos em São Paulo. Considero que, em nome da prevalência política do projeto nacional, podemos juntos chegar ao melhor acordo para as forças renovadoras no Estado", diz ele na carta.


Na carta, ele diz que essa opção não significa que o PT não tenha nomes para disputar o governo paulista. "[...] Mesmo consciente que o PT possui no Estado enorme força e representatividade social, e reúne entre suas lideranças diversos companheiros capacitados para pleitear o cargo de governador."

Ciro lançou seu nome para a disputa pela Presidência. Seu partido, entretanto, pertence à base de apoio do presidente Lula --que defende que a base se una em torno da candidatura única de Dilma.

O presidente já disse publicamente que prefere que a base tenha apenas um candidato para que a eleição presidencial de 2010 seja plebiscitária ao estilo "nós contra eles".

Para isso acontecer, Ciro teria que desistir do Palácio do Planalto para apoiar Dilma. Em troca, o PT de São Paulo precisa apoiar sua candidatura ao Palácio dos Bandeirantes.

Reportagem publicada hoje na Folha informa que a ala do PT paulista liderada pelo ex-ministro José Dirceu ofereceu ao PSB de Ciro Gomes dois nomes para ocupar o posto de vice: o de Emidio e o de Edinho Silva, presidente do PT-SP.

A reportagem informa que esse movimento tem como objetivo enfraquecer o grupo que no dia 5 do mês passado aprovou a "construção" de uma candidatura própria à sucessão de José Serra (PSDB).

Leia íntegra da carta de Emidio de Souza à militância petista
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da Folha Online

Pré-candidato ao governo de São Paulo, o prefeito de Osasco, Emidio de Souza (PT), sinalizou hoje disposição de apoiar a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao Palácio dos Bandeirantes.

Em carta aberta à militância petista, Emidio defendeu que o PT abra diálogo com partidos da base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pelo governo de São Paulo em prol da candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência.

Leia íntegra da carta de Emidio de Souza à militância petista:

"Carta aberta aos filiados e simpatizantes do PT no Estado de São Paulo

Unir as forças renovadoras e sintonizar São Paulo com o Brasil

Nas eleições gerais de 2010 os brasileiros definirão nas urnas o que esperam para o Brasil e seus Estados. A decisão dos eleitores será feita com base, essencialmente, entre dois projetos de nação. Um, democrático, social, desenvolvimentista e sustentável. Comandado com maestria pelo presidente Lula, escudado na força do PT e dos partidos da base aliada do governo federal. O outro, conservador, privatista e neoliberal, praticado pelo PSDB.

A escolha será entre o presente e o futuro promissores que vivenciamos com os programas do governo federal como o PAC, Pré-sal, Biocombustíveis, Minha Casa Minha Vida e tantos outros que melhoram substancialmente a vida dos brasileiros, levando o país a um lugar de destaque jamais experimentado no concerto das principais nações do mundo. Ou o passado de atraso econômico, juros astronômicos, desemprego e submissão internacional dos tempos de Fernando Henrique Cardoso.

Nesse processo, o Estado de São Paulo desempenhará papel estratégico. Será em terras paulistas que se desenvolverá a batalha central dessa disputa política e eleitoral. Maior Estado em população e detentor da maior fatia de contribuição para o PIB do país, São Paulo sintetiza a polarização entre PT e PSDB que marca os últimos quinze anos da política brasileira. Aqui o antagonismo dos projetos petista e tucano é mais pungente.

Também em São Paulo, duas escolhas basicamente estarão à disposição dos eleitores. Escolher o candidato que vai representar mais de duas décadas de atraso, produzido pelo neoliberalismo das gestões do PSDB, ou votar a favor de uma nova alternativa que se expressa no projeto do PT e dos partidos aliados e se materializará num programa de governo moderno e renovador para o Estado.

Nesse contexto, a eleição direta para as direções do PT e a realização do nosso 4º Congresso serão momentos decisivos para a reestruturação e fortalecimento do partido. Fazer o melhor PED e o melhor congresso de nossa história deve ser a meta da militância petista. Assim estaremos preparados para enfrentar e vencer o grande desafio de eleger a primeira mulher presidente do país. Mantendo e avançando o atual projeto nacional de desenvolvimento econômico e social com distribuição de renda e inclusão cidadã de milhões de brasileiros. E também conquistando o governo estadual, derrotando os tucanos no seu ninho e sintonizando o Estado de São Paulo com o momento positivo do Brasil.

Esta deve ser a maior motivação para que os militantes façam do PED e do 4º Congresso instrumentos de debate, revitalização e mobilização de nossa base partidária e social. Sobre nossa prioridade não pode pairar dúvida. Devemos preparar o PT para manter-se à frente do governo federal, elegendo a companheira Dilma presidente em 2010, para continuar e avançar a revolução social que iniciamos em 2003.

O que deve nos unir é o apoio a Dilma presidente e a certeza de que é chegada a hora de renovar o governo estadual e resgatar São Paulo da situação lastimável em várias áreas. Na segurança, com o crime dando as cartas. Na educação, com o abandono das escolas e a desvalorização dos professores. Na saúde, com a população sofrendo nas filas e na habitação e saneamento básico com a inoperância do CDHU e da Sabesp.

Além de solucionar os problemas dessas áreas, a população paulista demanda um governo que priorize a aceleração do crescimento econômico no Estado de maneira sustentável com o meio ambiente. Ao mesmo tempo em que se fomenta um novo ciclo de desenvolvimento científico e tecnológico potencializando a atuação de nossas universidades e centros de pesquisa e estudo.

A verdade é que a sociedade paulista está mais consciente e percebe o desgaste no modo de governar dos tucanos. Com uma nova gestão progressista e aliada à continuidade do governo de Lula, São Paulo tem tudo para voltar a ser a locomotiva do país. Um bom exemplo é a descoberta do pré-sal que fará do Estado, na próxima década, o segundo maior produtor de petróleo no país. É nosso papel garantir que essa nova riqueza seja utilizada para melhorar a vida de todos.

A incompetência do atual governo estadual fica ainda mais evidente quando contraposta ao ritmo de realizações e conquistas do governo Lula e dos 64 municípios administrados pelo PT no Estado. Basta comparar a rapidez e competência do governo federal nas dezenas de medidas de enfrentamento da crise, com a ineficiência de Serra, que, letárgico, governa o principal centro econômico e financeiro do país.

Vamos trabalhar com determinação para reproduzir em São Paulo o mesmo arco de alianças que apoia o governo Lula. Montar para nossa candidata o palanque mais amplo e representativo, com as relevantes forças políticas e sociais paulistas. Nossa melhor estratégia é enlaçar o projeto estadual ao nacional de modo a que um fortaleça o outro. Fazendo da vitória das forças progressistas em São Paulo uma poderosa alavanca para o projeto de continuar melhorando a cada dia o país.

Reafirmando a prevalência do projeto nacional com a eleição de Dilma presidente, a prioridade para elaboração de um programa de governo e tendo em conta a decisão da direção estadual de oferecer nomes para o debate com os partidos aliados, coloco-me à disposição do PT e de todas as forças progressistas de São Paulo para disputar o governo estadual.

Essa decisão é motivada pelo apoio e adesão de muitas lideranças importantes do partido e da sociedade, que veem no meu nome e no trabalho desenvolvido à frente da Prefeitura de Osasco, um instrumento para canalizar energias, partidos e grupos sociais em prol da renovação da política estadual. A experiência de comandar a quinta maior cidade do Estado reafirmou minhas convicções na importância das alianças para ganhar e também governar com democracia e participação social.

Assim, mesmo consciente que o PT possui no estado enorme força e representatividade social, e reúne entre suas lideranças diversos companheiros capacitados para pleitear o cargo de governador; posiciono-me pela abertura e diálogo, sem vetos, a todas as alternativas apresentadas pelos partidos que venham a se unir para derrotar o projeto dos tucanos em São Paulo. Considero que, em nome da prevalência política do projeto nacional, podemos juntos chegar ao melhor acordo para as forças renovadoras no Estado.

Encerro com um chamamento à militância e lideranças pela unidade em torno da candidatura de Dilma a presidente e pela união, organização e fortalecimento da oposição à aliança demo-tucana em São Paulo. Com um PT plural e aberto ao diálogo com todas as forças democráticas, estou convicto de que podemos conquistar pelo voto popular o direito de iniciar uma nova, democrática, transparente e eficiente administração que propicie uma melhor qualidade de vida e um futuro promissor aos brasileiros de São Paulo.

Emidio de Souza
Prefeito de Osasco"

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Contra Ciro, ala do PT declara apoio a prefeito de Osasco em SP

da Folha de S.Paulo

Em reação à possibilidade de candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao governo de SP, uma ala do PT no Estado divulgará uma carta deixando explícita a pré-candidatura do prefeito de Osasco, Emidio de Souza.

O documento tem adesão do líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza, e dos deputados João Paulo Cunha e José Genoino, entre outros.

O PT paulista defende a candidatura própria ao governo, mas sofre intensa pressão do Palácio do Planalto para apoiar Ciro.



quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Pressionado, Serra se recusa a ‘assumir’ candidatura

Fotos: ABr e Folha

De passagem por Brasília, o governador tucano José Serra reuniu-se reservadamente com Sérgio Guerra, presidente do PSDB, e José Agripino, líder do DEM.

Às voltas com uma pressão para que assuma a condição de candidato à presidência, Serra disse, a portas fechadas, que não cogita modificar sua estratégia.

Repisou velhos argumentos. Repetiu que nem mesmo sua principal rival, a ministra Dilma Rousseff, assumiu a condição de candidata.

Deu de ombros para a crítica de que a indefinição do tucanato retarda a formação de palanques nos Estados.

Disse que o fato de manter a candidatura à sombra não impede que participe das articulações políticas que se desenrolam na ante-sala de 2010.

Serra abalara-se até Brasília para participar da cerimônia de posse de José Múcio, o novo ministro do TCU.

Sérgio Guerra, que também participara da entronização de Múcio, levou-o ao encontro de Agripino.

O líder ‘demo’ solicitara o encontro. Estava preocupado em desfazer um mal-estar que envenena as relações de Serra com o DEM.

Começou na semana passada, depois de uma reunião em que a Executiva do DEM revelou-se preocupada com o chove-não-molha do PSDB.

A tribo ‘demo’ inquieta-se com as evoluções da dupla Lula-Dilma no palco da sucessão. E pede pressa na definição do candidato do PSDB.

Para complicar, o deputado Rodrigo Maia (RJ), presidente do DEM, levou ao noticiário declarações de simpatia a Aécio Neves, que mede forças com Serra.

Para complicar mais ainda, enquete veiculada no último final de semana revelou que a maioria dos congressistas do DEM prefere Aécio a Serra.

Os vapores do caldeirão foram respirados num jantar realizado na segunda (19), no apartamento de Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.

Foram à mesa, além do anfitrião, Sérgio Guerra, Serra e Aécio. Discutiram sobre a conveniência de se render à incontornável antecipação da campanha.

Serra manteve-se impassível. Advoga que a definição do tucanato se dê em março de 2010. Aécio fala em janeiro. Guerra prefere dezembro de 2009.

No encontro de Brasília, Agripino disse a Serra que deveria relevar as declarações de Rodrigo Maia. Disse que o deputado está submetido aos humores do partido.

Mesmo o pedaço do PSDB que endossa as críticas do DEM considerou inadequadas as declarações de Rodrigo Maia.

Fechado com Serra, o presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen, tampouco viu com bons olhos a exposição pública de desavenças.

Alheio à contrariedade de Serra, Aécio enxerga no sacolejo do DEM um tônico para suas pretensões.

Enquanto Serra tricotava em Brasília, Aécio falava aos repórteres em Minas. Foi aos holofotes nas pegadas de uma cerimônia do Unicef.

A entidade da ONU entregou a municípios mineiros o “Selo Unicef”. Reconhecimento a avanços na proteção dos direitos de crianças e adolescentes.

O blog recebeu da assessoria de Aécio uma transcrição das declarações que o governador fizera em Belo Horizonte.

Instado a comentar o jantar no apartamento de FHC, ele disse: São “conversas absolutamente naturais”.

Revelam “uma disposição nossa de caminharmos para uma definição”. Sem “imposições”. Nada “a toque de caixa”. Porém...

Porém, disse o governador mineiro, “é um momento de avaliarmos nossas posições”.

Sendo ele o candidato, se diz “pronto para empunhar a bandeira”. Se os ventos soprarem noutra direção, “certamente outros nomes existem”.

Aécio saboreou a enquete feita entre os congressistas do DEM, na qual prevaleceu sobre Serra. “Recebi como enorme estímulo e incentivo [...]...”

“...Isso é uma demonstração clara de que não há decisão tomada e há espaço para nós criarmos um projeto que eu chamaria de mais convergente”.

Repetiu algo que vem dizendo há tempos. Considera-se mais agregador do que Serra. “Nós poderíamos ter alguns outros atores ao nosso lado”.

Fez um aceno à unidade: “Estarei ao lado do candidato que o meu partido escolher, mesmo se não for o meu nome”.

E voltou à tecla: “Apenas acho que, pelas sinalizações que eu tenho recebido, manifestações como essas do DEM e de outras forças políticas...”

“...Poderíamos, quem sabe, ter uma aliança ainda mais ampla do que essa que já está consolidada com o DEM e com o PPS”. E quanto ao calendário?

“Acho que janeiro seria um bom momento para termos essa decisão. No que depender de mim, com uma consulta mais ampla às bases do partido”.

Admite as divergências internas quanto aos prazos. Acha que a tática da calma “está correta”. Considera que a “ansiedade” dos aliados é administrável.

Insiste no mês de janeiro como prazo limite. “Temo que daí por diante, possamos chegar um pouco atrasados”.

Lula subverteu injetou 2010 em 2009 por razões óbvias. Sua candidata, além de noviça em eleições, era desconhecida do eleitorado.

Não se sabe, por ora, se o presidente vai auferir os dividendos eleitorais que idealizou. Mas já obteve um subproduto: deu um nó na cabeça da oposição, que busca um lenitivo no TSE.

Escrito por Josias de Souza às 05h51

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Sem cana-de-açúcar, emprego em SP tem melhor resultado desde abril de 2008

TATIANA RESENDE
da Folha Online

A indústria paulista teve um saldo positivo de 15.057 vagas em setembro ante o mês anterior, sem considerar no cálculo o setor de açúcar e álcool, registrando o melhor resultado desde abril de 2008 (22.988), de acordo com a pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Com o acréscimo desse segmento, foram criados 14 mil postos de trabalho, número inferior a abril deste ano (19 mil).

De janeiro a setembro, a indústria paulista acumula a perda de 43 mil empregos, enquanto o segmento de açúcar e álcool tem um saldo positivo de 51.036 vagas.

O crescimento de 0,20% no nível de emprego em setembro ante agosto, na análise com ajuste sazonal, é o primeiro dado positivo desde agosto de 2008 (0,11%) e o melhor desde junho do mesmo ano (0,23%).

Com o resultado, a entidade reviu a projeção para o ano, passando de queda de 7% para 5%, o que será equivalente ao fechamento de cerca de 100 mil postos de trabalho. No comparativo de setembro com o mesmo mês do ano passado, a entidade contabiliza a perda de 198 mil vagas.

"O emprego é o último a reagir", afirmou Paulo Francine, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp. "O 'tecido' da indústria é muito amplo", completou, ressaltando as dificuldades de recuperação principalmente nos setores ligados à exportação e no de máquinas e equipamentos.

O Sensor Fiesp, indicador de perspectivas futuras da indústria paulista, atingiu na primeira quinzena deste mês 59,3 pontos, o melhor resultado da série histórica, iniciada em junho de 2006, apontando o alto nível de otimismo no setor. "Nunca os empresários notaram tão claramente a melhoria da situação", disse Francine.


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

ENEM: aplique-se a Lei 8666/93 ao Grupo Folha

No âmbito do direito cível e do administrativo, a gráfica Plural, que pertence ao grupo Folha de São Paulo, foi contratada por meio de licitação pública. Ou seja, comprometeu-se a cumprir todas as exigências do edital, pelo menor preço. E uma dessas exigências era o sigilo e a confidencialidade do trabalho, que era a impressão de provas de um concurso. E a essa exigência, evidente e notoriamente o grupo não cumpriu.

Fernando Carvalho

O roubo das provas do ENEM está sendo apurado pela Polícia Federal.
Três empregados da gráfica Plural já estão presos e confessaram terem participado da ação.

Um deles, disse que roubou para denunciar a falta de segurança.

Os outros dois disseram que era para “fazer um dinheirinho”.

No âmbito do direito cível e do administrativo, a gráfica, que pertence ao grupo Folha de São Paulo, de propriedade do senhor Otávio Frias, aquele que diz que eleições no Brasil não valem nada, foi contratada por meio de licitação pública.

Ou seja, comprometeu-se a cumprir todas as exigências do edital, pelo menor preço. E uma dessas exigências era o sigilo e a confidencialidade do trabalho, que era a impressão de provas de um concurso. E a essa exigência, evidente e notoriamente o grupo não cumpriu.

O prejuízo para milhões de jovens foi incalculável, pois todo o “stress” que é natural na preparação do aluno, terá que ser repetido.

O prejuízo financeiro para o governo, para imprimir novas provas, será de 34 milhões de reais.

Mas o prejuízo maior, aquele que foi causado pela quebra do sigilo, atinge ao próprio sistema educacional brasileiro, pois transmite a impressão de que exista falta de organização, de segurança e de confiabilidade no sistema do ENEM.

Consultando a Lei de Licitações, de numero 8666/93, verifica-se em seu artigo 87, na Seção II, “Das Sanções Administrativas”:

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá,
garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.

Nada mais normal e justo para com todos os outros fornecedores, que cumprem em dia com todas as suas obrigações, que em obediência à lei, o Grupo Folha de São Paulo seja proibido de prestar serviços para qualquer entidade da administração pública pelo prazo de dois anos.

Garantindo-se, é claro, o direito de defesa da Folha de São Paulo de tentar convencer os juízes e magistrados e principalmente à sociedade e principalmente aos estudantes e seus pais de que não foi de dentro de sua gráfica que as provas vazaram.

Afinal, não é porque seja de propriedade de um jornal de oposição ao governo federal que a Folha de São Paulo deveria ser poupada da punição legal. Uma punição administrativa prevista em lei, para fato tão bem caracterizado, nunca poderia ser tomada como “perseguição política” ou tentativa de calar a imprensa que faz oposição ao governo.

Transigir nessa hora seria contrariar a lei e os direitos de todos os demais fornecedores, inclusive de material didático, que cumprem cabalmente seus contratos e não permitem que esse tipo de incidente ocorra.

Com a palavra o Ministério da Educação e a Polícia Federal.

As famílias dos jovens fraudados em suas esperanças esperam que ambos os órgãos cumpram o seu dever, apurando com isenção e sem interferência da política, o ocorrido.

E punindo, na forma da Lei, não apenas aos autores materiais desse crime, mas aos seus autores intelectuais, se existirem e aos que possuem responsabilidades objetivas no caso, por força de contrato firmado com a Administração Federal.

Simples assim.

Enviado por CARTA MAIOR

domingo, 11 de outubro de 2009

FOLHA ONLINE no Painel do Paim

Você pode acessar "FOLHA ONLINE" através do Painel do Paim

Basta clicar no terceiro LINK, situado ao lado esquerdo desta página

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cursinho, em São Paulo, diz que recebeu oferta de prova do Enem

O curso pré-vestibular CPV, da cidade de São Paulo, foi procurado no último dia 28 por um homem que afirmava ter as duas provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), informa reportagem de Patrícia Gomes para a Folha (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL). A oferta, por R$ 200 mil, foi feita cinco dias antes da data prevista para a realização do exame.

De acordo com Alexandre Chumer, diretor de comunicação do cursinho (que tem cerca de 600 alunos), o contato do suposto vendedor foi feito através da editora do grupo.

O representante de vendas da editora recebeu um telefonema na segunda-feira da última semana. Primeiro, diz Chumer, o homem ofereceu as duas provas por R$ 200 mil. Diante da recusa em comprar o exame, o homem baixou o preço para R$ 50 mil. A oferta foi novamente recusada.

A PF, no entanto, não informa se investigou a hipótese de a prova ter sido oferecida a outras pessoas ou a outros cursinhos pré-vestibulares, teoricamente os maiores interessados em obter uma cópia do exame para assegurar um bom desempenho de seus alunos.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Militantes do PSB recorrem contra a filiação de Skaf

Zhang Dali Shaun Curry/AFP



Tom Jobim costumava dizer: o Brasil é um país de cabeça pra baixo. Aqui, as prostitutas gozam e os traficantes cheiram.



Desde a morte do maestro, a coisa só tem piorado. Agora, supostos capitalistas viram pseudosocialistas em pleno vôo.



Incomodados com o inusitado da fialiação de Paulo Skaf ao PSB, dois militantes da legenda decidiram estrilar.



Chamam-se Marionaldo Fernandes Maciel e Jadirson Tadeu Cohen Parantinga. Moram em Campinas (SP).



Acham que a conversão do presidente da Fiesp levou a inconerência Às fronteiras do paroxismo. Recorreram contra a filiação do “inimigo” dos trabalhadores.



Procurado, Skaf mandou dizer que o par de militantes expressa posição isolada. Coisa normal num país democrático como o Brasil.



O presidente do diretório Municipal do PSB de Campinas, Eliseu Gabriel, também considerou normal o protesto dos militantes.



Como se vê, o Brasil pós-Jobim continua sendo o último país feliz do mundo. Aqui, o normal é a anormalidade.

Escrito por Josias de Souza às 01h48