A biodiversidade do estado de São Paulo está entre as mais complexas do país. Na condição original, o território era integralmente coberto pelos biomas Mata Atlântica e Cerrado. A presença destes dois biomas, junto a demais fatores naturais, conferia riquíssima diversidade de paisagem e de formas de vida. Com sua evolução condicionada por essa variedade de ambientes, a fauna paulista também apresenta originalmente grande diversidade de espécies associadas aos diversos tipos de vegetação e clima.
O estado ainda possui e mantém intactas boas áreas remanescentes de Mata Atlântica, a despeito do histórico de ocupação e de atividade econômica que culminou na perda da cobertura vegetal, hoje reduzida a porções remanescentes. Esses fragmentos, em sua grande maioria estão distantes entre si, dificultando ou impedindo o fluxo gênico e suas funções ecológicas, o que compromete a conservação da biodiversidade e constitui a principal causa de extinções de espécies da fauna e flora paulistas.
A perda da biodiversidade é uma preocupação mundial, e a Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB é um importante documento acordado na Conferência das Nações Unidas do Rio de Janeiro (Rio ’92), para a proteção do meio ambiente e o estabelecimento de ações ambientalmente sustentáveis em nosso planeta. Esta convenção entrou em vigor internacional (onde participam 192 países) em 29 de dezembro de 1993, passando a vigorar para o Brasil em 29 de maio de 1994.
Em 2010, na cidade de Nagóia, capital da província de Aichi, Japão, ocorreu a 10ª Conferência das Partes da CDB, ou COP 10. Tal conferência elaborou um plano de trabalho para o período 2011-2020, reconhecido oficialmente como Plano Estratégico para Biodiversidade 2011-2020, também identificado como as Metas de Aichi (ou Metas de Aichi-Nagóia). Desde então, são várias as iniciativas locais, federais e internacionais no sentido de viabilizar a completa execução deste instrumento global.
Em 2011 foi criada então a Comissão Paulista da Biodiversidade, tendo por finalidade coordenar a elaboração e implantação das Metas de Aichi em todo o território paulista. Ela atua por meio de ações integradas entre diversos órgãos e entidades estaduais, setores empresariais, academia e sociedade civil, tendo como guia o Plano de Ação de São Paulo, documento que subsidiou a própria criação da Comissão.
O Plano de Ação de São Paulo 2011-2020 traduz as decisões das Metas de Aichi para o estado, propondo o desenvolvimento de Projetos e a realização de Produtos voltados à conservação e ao uso sustentável da biodiversidade, combinando ações já em andamento do Sistema Ambiental Paulista com novas estratégias e demais previstas.
Postado por Carlos PAIM