sábado, 27 de dezembro de 2014

A CPMF PRECISA VOLTAR COMO UMA HOMENAGEM PÓSTUMA A JATENE

Obrigado, doutor

O que vai abaixo é o texto semanal do autor do blog para o Correio da Cidadania. Em primeira mão para os leitores do Entrelinhas.

Há certas pessoas que se tornaram verdadeiras unanimidades nacionais no Brasil. Adib Domingos Jatene, médico cardiologista e ex-ministro da Saúde, é uma delas. É difícil, muito difícil mesmo, achar alguém que fale mal do doutor. Primeiro, porque Jatene é um homem que salvou e salva vidas. Muitas vidas. Inventou uma técnica cirúrgica de correção de transposição dos grandes vasos da base do coração, conhecida hoje como Operação de Jatene, que tem sido empregada mundo afora com sucesso. Segundo, porque este médico nascido em Xapuri, no Acre, é um incansável defensor do sistema público de saúde, um militante da medicina social e não aquele tipo que trata apenas a parcela da população que pode pagar caro pelo privilégio de receber um atendimento de "primeiro mundo", como gosta de dizer.

Sim, Adib Jatene é uma unanimidade nacional e talvez por isto pode fazer o que fez durante um jantar chique na capital paulista, conforme relato da jornalista Mônica Bergamo na edição de terça-feira da Folha de S. Paulo. Vale a pena reproduzir a reportagem:

Dedo em riste, falando alto, o cardiologista Adib Jatene, "pai" da CPMF e um dos maiores defensores da contribuição, diz a Paulo Skaf, presidente da Fiesp e que defende o fim do imposto: "No dia em que a riqueza e a herança forem taxadas, nós concordamos com o fim da CPMF. Enquanto vocês não toparem, não concordamos. Os ricos não pagam imposto e por isso o Brasil é tão desigual. Têm que pagar! Os ricos têm que pagar para distribuir renda".

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Numa das rodas formadas no jantar beneficente para arrecadar fundos para o Incor, no restaurante A Figueira Rubaiyat, Skaf, cercado por médicos e políticos do PT que apóiam o imposto do cheque, tenta rebater: "Mas, doutor Jatene, a carga no Brasil é muito alta!". E Jatene: "Não é, não! É baixa. Têm que pagar mais". Skaf continua: "A CPMF foi criada para financiar a saúde e o governo tirou o dinheiro da saúde. O senhor não se sente enganado?". E Jatene: "Eu, não! Por que vocês não combatem a Cofins (contribuição para financiamento da seguridade social), que tem alíquota de 9% e arrecada R$ 100 bilhões? A CPMF tem alíquiota de 0,38% e arrecada só R$ 30 bilhões". Skaf diz: "A Cofins não está em pauta. O que está em discussão é a CPMF". "É que a CPMF não dá para sonegar!", diz Jatene.
A reprodução dos fatos pela colunista da Folha parece especialmente feliz, mas muito mais interessante deve ter sido ver (e ouvir) o ocorrido ao vivo em cores. Lembra um pouco a propaganda do cartão de crédito: jantar beneficente no Figueira Rubayat, R$ 200; valet park para estacionar no restaurante por 2 horas, R$ 15; ver o Jatene enfiar o dedo no nariz do presidente da Fiesp e cobrar da elite que pague impostos, não tem preço.

De fato, é até possível contestar os argumentos de Jatene na defesa da CPMF, especificamente, mas não dá para não concordar com o ex-ministro em uma questão simples: o "imposto do cheque" é realmente o único tributo que a elite não consegue sonegar. Paulo Skaf, coitado, ficou meio sem argumentos diante da firmeza de Jatene e limitou-se a dizer que a Confins "não está em pauta". Claro que não está, pois esta contribuição a elite consegue sonegar e a CPMF, não...

No fundo, há uma certa falácia no Brasil sobre a questão da tal altíssima carga tributária. Primeiro, não é tão alta assim, pois em países mais desenvolvidos o peso dos impostos é ainda mais alto do que no Brasil; segundo, o problema não é tanto a carga, mas a falta de critério na tributação, que acaba fazendo com que os ricos paguem menos na proporção do que pagam os pobres e remediados.

Discussão técnica à parte, não deixa de ser irônico que um médico nascido no longínquo Acre, o homem que salva vidas, amigo de Paulo Maluf e Fernando Henrique Cardoso, foi quem teve a coragem de botar os pingos nos is (e o dedo na cara do presidente da Fiesp) para cobrar do representante da indústria paulista que os ricos paguem os seus impostos. Porque na esquerda, este tipo de cobrança parece estar totalmente fora de moda, soa como constrangimento ou provocação. Isto vale para o PT, cuja argumentação a favor da CPMF é tímida e defensiva, e vale também para a esquerda mais radical, que ultimamente anda de braços com o empresariado sempre que tal aliança possa resultar em desgaste ao governo Lula.

Gestos de coragem são de fato cada vez mais raros na cena brasileira. Adib Jatene, porém, mostrou que eles não desapareceram por completo. Ainda bem. Ou, como diria a voz das ruas: obrigado, doutor...

2 comentários:

  1. Luiz, o nosso sempre atento amigo Jasson enviou-me este seu artigo sobre Adib Jatene, e peço, desde já, a devida licença para roubar e postar em meu blog. Valeu.
    Responder
  2. Estou totalmente de acordo com o Jatene. O CPMF tem uma grande vantagem: é insonegável.
    Responder

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Promotoria pede devolução de R$ 418 mi por cartel em contratos da CPTM


O Ministério Público de São Paulo ingressou na quinta-feira (4) com ação civil pública contra 11 empresas para restituição de R$ 418 milhões aos cofres públicos por suspeitas de irregularidade em contratos de manutenção preventiva de trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
No processo enviado à Vara da Fazenda Pública da capital paulista, a Promotoria do Patrimônio Público avalia que há indícios de formação de cartel na celebração de três contratos, firmados entre 2001 e 2002, para manutenção de trens das séries 2000, 2100 e 3000.
O total da restituição corresponde aos valores nominais dos contratos e aditamentos somados a uma multa por danos morais causados no período. A previsão dos promotores paulistas é de que, com reajuste monetário e juros aplicados, o valor chegue a cerca de R$ 800 milhões. As empresas negam irregularidades.
"Ainda não se sabe por que a CPTM resolveu terceirizar o serviço de manutenção, mesmo tendo um corpo próprio de funcionários. Ela entendeu que era mais vantajoso contratar empresas para fazê-la e, lamentavelmente, o que se operou foi esse cartel no qual se faziam simulacros de concorrência", afirmou o promotor Marcelo Milani, um dos autores da ação civil.
Além da restituição, o Ministério Público de São Paulo solicitou à Vara da Fazenda Pública a anulação dos três contratos e a dissolução de 10 empresas: Alstom, Siemens, CAF Brasil, TTrans, Bombardier, MGE, Mitsui, Temoinsa, Tejofran e MPE
A Promotoria do Patrimônio Público não pediu a dissolução da CAF Espanha, uma vez que ela não pode aplicar a legislação brasileira no país europeu.
"Não se pode aplicar à Caf Espanha a nossa legislação que disciplina a dissolução de uma sociedade. A empresa, no entanto, integra a ação para ressarcir o dinheiro que foi indevidamente ganho", explicou o promotor.
Em entrevista à imprensa, Marcelo Milani foi questionado se a atual direção da CPTM deveria ser afastada por causa dos recentes indícios de irregularidades.
"Tenho a certeza que eles têm de ser afastados, mas não sou o governador", disse.

domingo, 30 de novembro de 2014

Veja gabarito da 1ª fase da Fuvest 2015


Prova teve 90 questões de múltipla escolha.
Lista de aprovados para a segunda fase sairá no dia 22 de dezembro.

CLIQUE NO SEGUINTE LINK:

http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/11/veja-gabarito-da-1-fase-da-fuvest-2015.html  

 

sábado, 15 de novembro de 2014

Corpo de Adib Jatene é enterrado em São Paulo

15/11/2014 | 17h41min

O médico e ex-ministro da Saúde Adib Jatene foi enterrado às 17h30 deste sábado (15) no Cemitério do Araçá, Zona Oeste de São Paulo. Jatene morreu na noite desta sexta-feira (14), aos 85 anos, em São Paulo, de infarto agudo do miocárdio, segundo o Hospital do Coração. O velório foi realizado no anfiteatro do hospital neste sábado (15).
A presidente Dilma Rousseff divulgou neste sábado (15) uma nota de pesar sobre a morte do médico e ex-ministro da Saúde Adib Jatene. No texto, Dilma lembra que Jatene foi "um dos artífices da criação da CPMF", imposto que era revertido para a saúde. "Ele foi um dos mais importantes cardiologistas do Brasil", destacou.
Leia abaixo a íntegra da nota:
"O Brasil perdeu nesta sexta-feira um dos seus filhos queridos. A morte do médico Adib Jatene deixa nossa Nação triste. Ele foi um dos mais importantes cardiologistas do Brasil e um dos artífices da criação da CPMF, que permitiu destinar mais recursos para a saúde pública. Expresso meus sentimentos à viúva, dona Aurice, e aos filhos do casal: Ieda, Marcelo, Fábio e Iara", escreveu a presidente Dilma Rousseff.
Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde também divulgou nota neste sábado a respeito da morte de Jatene com o título "Saúde em Luto - Nota de pesar pelo falecimento de Adib Jatene".
Leia abaixo íntegra da nota:

"O Ministério da Saúde recebeu com tristeza o anúncio do falecimento do médico, professor e ex-ministro da Saúde Adib Jatene. A medicina brasileira e a saúde pública do país são gratos por suas contribuições nos mais de 40 anos de profissão. Ele, sem dúvida, traduz a força dos milhares de brasileiros que superam suas dificuldades, em sua convicção de desenvolvimento pessoal e esperança de um mundo melhor.

Desde a sua oficina no fundo de sua casa, esse engenheiro do coração, trouxe importantes inovações para as cirurgias cardíacas. Na prática médica, suas técnicas são reconhecidas internacionalmente. Como ministro da Saúde e militante da saúde pública, deixou sua marca pela inabalável busca pela melhoria da atenção à saúde da população e pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde. Uma história de defesa e ensino de uma medicina voltada essencialmente e fundamentada nas pessoas.

A Saúde, em luto, deve um agradecimento especial a esse grande brasileiro."
Internação
Em 22 de setembro deste ano, Jatene havia sido internado também após sofrer um infarto. Em maio de 2012, o médico já havia sido internado com dores no peito e passado por um cateterismo. No procedimento, ele precisou colocar um stent (prótese metálica para a desobstrução de artérias).

Jatene era diretor-geral do HCor e um dos pioneiros da cirurgia do coração no Brasil. Ele deixa quatro filhos – os também médicos Ieda, Marcelo e Fábio, além da arquiteta Iara – e a mulher Aurice Biscegli Jatene.
Adib Jatente em foto de janeiro de 2011 (Foto: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)Adib Jatene em foto de janeiro de 2011
(Foto: Hélvio Romero/Estadão Conteúdo)
Médico e ministro
Acriano de Xarupi, Jatene era filho de um seringueiro libanês e de uma dona de armarinho. Quando criança, a família se mudou para Uberaba, em Minas Gerais, e, depois, para São Paulo. Na capital paulista, estudou na Universidade de São Paulo (USP), formando-se aos 23 anos pela Faculdade de Medicina. A residência e pós-graduação foram feitas no Hospital das Clínicas da mesma faculdade, sob a orientação do professor Euríclides de Jesus Zerbini (1912-1993), pioneiro dos transplantes de coração no país.

Com mais de 20 mil cirurgias no currículo, se destacou também por ter sido o primeiro a realizar a cirurgia de ponte de safena no Brasil e por ter inventado aparelhos e equipamentos médicos. Em Uberaba (MG), lecionou Anatomia Topográfica da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. Neste período, construiu seu primeiro modelo de coração-pulmão artificial. Em São Paulo, trabalhou no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e como cirurgião no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia da Secretaria de Estado da Saúde.
Na política, apesar de não ter se filiado a partidos, atuou como secretário estadual da Saúde de São Paulo (1979-1982), no governo de Paulo Maluf, e duas vezes como ministro, na mesma área, nas gestões Fernando Collor (1992, por oito meses) e Fernando Henrique Cardoso (1995-1996, por 22 meses). No governo de FHC, criou a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), para ajudar a financiar a saúde brasileira, e deu continuidade ao projeto dos medicamentos genéricos e ao programa de combate à Aids. Foi membro da Academia Nacional de Medicina e autor e co-autor de cerca de 700 trabalhos científicos publicados na literatura nacional e internacional.
Dono de uma coleção particular de quadros, com obras de Di Cavalcanti, Alfredo Volpi e Tarsila do Amaral, presidiu o conselho deliberativo do Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Secretário da Saúde lamenta
Por meio de nota, o secretário de Estado de Saúde de São Paulo, David Uip, disse que a "perda do professor e ministro Adib Jatene é motivo de absoluta tristeza" e que "a saúde pública está em luto". O secretário ainda destacou o papel de Jatene "para a consolidação do SUS em São Paulo e no Brasil".
G1

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Alckmin pede ajuda de Dilma para enfrentar seca em SP

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pediu nesta segunda-feira ajuda à presidente brasileira, Dilma Rousseff, ajuda para desenvolver um plano de investimentos de R$ 3,5 bilhões para enfrentar a pior crise hídrica do estado.
Alckmin se reuniu nesta segunda-feira com Dilma em Brasília para entregar à presidente um plano que reúne oito obras de infraestrutura que ajudariam a minimizar o problema da falta de água na cidade de São Paulo.
Todos os sistemas de represas que abastecem São Paulo e outras cidades da região metropolitana, como Itu e Campinas, apresentam os níveis mais baixos da história e no caso do maior deles, a Cantareira, o volume morto já começou a ser utilizado.
Dilma e Alckmin estiveram reunidos por cerca de uma hora e, segundo a ministra de Planejamento, Miriam Belchior, que participou do encontro, o governo de São Paulo precisa apresentar "mais detalhes dos projetos para podermos discutir cada um deles".
Depois da reunião, ficou definida a criação de um grupo de trabalho com representantes dos governos federal e estadual para acompanhar as discussões sobre os planos.
Alckmin assinalou que a ajuda do governo federal poderá ser mediante a contribuição direta de recursos ou através do financiamento das obras.
As obras propostas são a interconexão dos reservatórios Atibainha-Jaguari, Jaguari-Atibaí e Rio Grande-Guarapiranga; além da construção de novas represas e a exploração de poços artesanais do Aqüífero Guarani.
Além dos projetos apresentados, a Caixa deve liberar nos próximos dias um crédito de R$ 1,8 bilhão para a construção do sistema São Lourenço, que reforçará o abastecimento das zonas críticas e terá interconexão com os principais reservatórios em 2016 e 2018.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Aécio agora terá ala paulista do PSDB pela frente

Alckmin já é tratado por seus correligionários e aliados como pré-candidato à Presidência

Publicado em 27/10/2014, às 09h58


 / Foto: NELSON ALMEIDA / AFP

Foto: NELSON ALMEIDA / AFP


A inédita unidade registrada pelos caciques do PSDB na eleição presidencial deste ano, especialmente no 2.º turno, será colocada à prova em maio de 2015, quando o partido elegerá sua nova direção executiva.
É consenso entre os dirigentes da legenda que o senador Aécio Neves, presidente da sigla, sai fortalecido da disputa, mas isso não significa que seja o nome natural para uma nova tentativa de chegar ao Palácio do Planalto em 2018. Reeleito governador de São Paulo no 1.º turno, o governador Geraldo Alckmin já é tratado por seus correligionários e aliados como pré-candidato à Presidência.
Os tucanos paulistas lembram que ele atuou fortemente na campanha de Aécio em São Paulo e teve papel preponderante para que o partido tivesse uma expressiva votação no Estado no 1.º e no 2.º turnos. Mais: os tucanos paulistas ampliaram a bancada de deputados federais, elegeram José Serra senador e registraram o melhor desempenho da sigla no País de todos os tempos.
Embora evitem tratar abertamente desse tema, dirigentes dos diretórios paulista e mineiro do PSDB, os dois mais fortes, reconhecem que a próxima direção nacional da legenda terá de acomodar representantes dos dois grupos, sendo que o "sonho" em comum é uma dobradinha entre Aécio e Alckmin, não necessariamente nessa ordem.
Apesar disso, os "alckmistas" avaliam que Aécio terá de reorganizar seu grupo político em Minas Gerais e recuperar o governo estadual em 2018 em um confronto que se anuncia "dificílimo", nas palavras de um tucano de alta patente, contra o governador eleito Fernando Pimentel, do PT. 
"Pela votação que teve, o Aécio se tornará uma liderança fortíssima, assim como o Geraldo. Serão dois polos fortes do partido", opina o vereador Andrea Matarazzo, ex-coordenador da campanha de Aécio na capital paulista.
'Democracia interna'
Com o fortalecimento de sua bancada no Congresso, especialmente no Senado, os tucanos fora do eixo São Paulo/Minas Gerais também vão reivindicar mais espaço na estrutura partidária e no debate sobre a escolha do próximo candidato à Presidência e do PSDB. 
Desde sua fundação, em 1988, o partido define seus candidatos e estratégias em um grupo pequeno de caciques, sendo a maioria deles paulistas. Não por acaso, esta foi a primeira eleição presidencial com um candidato de fora do Estado.
O tradicional núcleo duro tucano, formado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, pelos senadores eleitos José Serra e Tasso Jereissati, Aécio e Alckmin, deve ganhar novos nomes. "Espero que de agora em diante o PSDB aprenda a exercer internamente a democracia", diz o senador paranaense reeleito Álvaro Dias. 
Em seu Estado, o partido também conseguiu um ótimo resultado ao reeleger em 1.º turno o governador Beto Richa e reconduzir Dias ao Senado.
Outra mudança que os tucanos esperam que aconteça no partido a partir de 2015 é de discurso. Para não perder o "legado" eleitoral de Aécio Neves e manter-se na linha da frente do antipetismo, o PSDB adotará um tom mais forte no Congresso contra o governo da presidente Dilma Rousseff do que o usado nos últimos quatro anos. 
O protagonismo, porém, não será mais apenas de Aécio. O candidato terá de dividir os holofotes do Senado com José Serra, Aloysio Nunes Ferreira, Álvaro Dias e Tasso Jereissati - todos políticos de perfil combativo.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014


Primeira cota da reserva do Cantareira pode acabar em 57 dias, diz Arce

Em São Paulo

  • Davi Ribeiro/Folhapress - 21.set.2014
    Represa de Jaguari-Jacareí, em Joanópolis (SP), que integra o sistema Cantareira, tem nível cada vez mais baixo por causa da estiagem Represa de Jaguari-Jacareí, em Joanópolis (SP), que integra o sistema Cantareira, tem nível cada vez mais baixo por causa da estiagem
O secretário paulista de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, disse nesta quinta-feira, 25, que a primeira cota do volume morto do Sistema Cantareira deve durar até o dia 21 de novembro, se o índice de chuvas na região dos reservatórios permanecer como está.
O governo Geraldo Alckmin (PSDB) conta com uma segunda cota da reserva profunda das represas para manter o abastecimento na Grande São Paulo até março do ano que vem sem adotar racionamento oficial de água.

Diante da falta de água, você acha que o governo deve implantar racionamento em SP?

Resultado parcial
"Nós agora temos um segundo volume que estamos preparando para usar. Vamos adiar o máximo", disse Arce, sobre os 106 bilhões de litros adicionais da reserva que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) pretende utilizar.
"Se continuar assim, vamos liberar no dia 21 de novembro", completou o secretário, que participou de uma visita ao Parque Várzeas do Tietê, na zona leste de São Paulo, ao lado de Alckmin. O uso do segundo volume morto ainda não foi liberado pelos órgãos reguladores do manancial.
Nesta quinta, o nível do Cantareira chegou a 7,4% da capacidade, o mais baixo da história. Restam hoje nos cinco reservatórios que formam o manancial 72,2 bilhões de litros da primeira cota do volume morto, de 182,5 bilhões, que começou a ser bombeada no dia 31 de maio.
Alckmin tem apostado na próxima temporada de chuvas, que vai de outubro a março, para aliviar a crise de abastecimento e recarregar as represas. Para ele, há chances de não precisar utilizar a segunda cota do volume morto.
"Nós estamos preparados. Mas talvez nem precise da chamada da segunda reserva técnica", disse o tucano, que havia descartado retirar mais água da reserva há três meses.
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Falta de chuvas afeta abastecimento de água em São Paulo154 fotos

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24.set.2014 - Imagem mostra a represa Jaguari-Jacareí, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo. O nível de água armazenada no sistema Cantareira atingiu a menor marca de sua história, com apenas 7,6% da capacidade total. A Sabesp anunciou na segunda-feira (22) que vai passar a usar, assim que for necessário, um segundo volume de água da reserva técnica, também conhecido como volume morto, o que elevaria o nível do sistema em 10,7 pontos percentuais e garantiria o abastecimento até março de 2015 Leia mais Luis Moura/Estadão Conteúdo

Falta de água em São Paulo - 10 vídeos

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sábado, 20 de setembro de 2014

Datafolha: 80% aprovam ciclovias em SP; aumenta popularidade de Haddad

Índice de aprovação do petista subiu de 15%, em julho, para 22%.
Foram consultados 1.121 pessoas acima de 16 anos na terça e quarta-feira.

Do G1 São Paulo
Em São Paulo, ciclovia que interliga a estação Butantã do Metrô com a Cidade Universitária, começou a funcionar  (Foto: Rahel Patrasso/AE)Ciclovia que interliga a estação Butantã do Metrô
com a Cidade Universitária (Foto: Rahel
Patrasso/AE)

A popularidade do prefeito Fernando Haddad (PT) aumentou desde julho, aponta levantamento do Datafolha concluído na quarta-feira (17) e divulgado neste sábado (20) no site do jornal Folha de S.Paulo. O índice de quem considera a gestão do petista à frente do executivo municipal ótima ou boa subiu de 15% em julho para 22% nesta última pesquisa.
Segundo o Datafolha, 80% das pessoas consultadas se disseram favoráveis à implantação das ciclovias na capital, enquanto que 60% defendem o uso da bicicleta como uma alternativa viável de transporte.
Na quinta-feira (18), pesquisa realizada pelo Ibope a pedido da Rede Nossa São Paulo já havia mostrado que aumentou de 86%, em 2013, para 88% em 2014 o percentual de paulistanos a favor da construção e ampliação de ciclovias na cidade. A decisão do prefeito Fernando Haddad de construir 400 km deste tipo de via tem causado polêmica.
Ao todo, já foram entregues 78,3 km de ciclovias. Neste sábado, foi inaugurado um trecho de 1,4km, interligando as avenidas Brigadeiro Faria Lima e Henrique Schaumann pela Rua Artur de Azevedo, em Pinheiros, na Zona Oeste.
O instituto de pesquisa consultou 1.121 pessoas acima de 16 anos na terça (16) e quarta-feiras (17). A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais. O levantamento apontou ainda que caiu o índice de reprovação do prefeito. Os que consideram a gestão de Haddad ruim ou péssima reduziram de 47% na pesquisa anterior para 28%.
Aumentou também a aprovação à criação às faixas exclusivas de ônibus, de 84%, em junho passado, para 91% dos moradores, de acordo com o Datafolha. Ao todo, já são 358 km de faixas para os ônibus desde 2013. Para 71%, o trânsito melhorou com essas medidas. Segundo a pesquisa, 77% dos paulistanos são usuários de ônibus.
Ibope
Na quinta-feira, o prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) disse ter ficado surpreso com o apoio de 88% da população paulistana em relação à implantação e expansão das ciclovias na cidade. "Para minha surpresa foi muito mais rápido do que eu imaginava. Eu imaginava que o apoio viria em 4, 5, 6 anos. Eu acho que é pelo atraso da agenda em relação a outras cidades do mundo que nós recebemos um apoio mais rápido para as ciclovias", declarou, na ocasião.

De acordo com o prefeito, a administração pública municipal busca um equilíbrio entre os meios de transporte. "Não se trata de ser contra o transporte individual motorizado, se trata de equilíbrio entre o pedestre, o ciclista, o usuário do transporte público, seja ônibus ou trem, e o transporte motorizado individual. Isso que nós estamos tentando para a cidade de São Paulo", disse durante o evento da Rede Nossa São Paulo.

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sábado, 16 de agosto de 2014

Serra tem 33%, Suplicy, 30%, e Kassab, 7%, aponta Datafolha

Margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Candidatos disputam vaga no Senado por São Paulo.

Do G1 São Paulo

Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (15) aponta que o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) tem 33% das intenções de voto para o Senado. Na sequência, o petista Eduardo Suplicy (PT) aparece com 30%. Levando-se em conta a margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, há empate técnico entre os dois candidatos.
O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) tem 7%. A candidata Ana Luiza (PSTU) tem 3%. Marlene Campos Machado (PTB) tem 2%. Alcançaram 1% de intenção Edmilson Costa (PCB), Fernando Lucas (PRP), Kaka Wera (PV) e Genildo Moreira (PSB). Senador Fláquer (PRTB) e Juraci Garcia (PCO) não atingiram 1%.
Os indecisos somam 9% e os que declaram que vão votar branco ou nulo são 12%. No levantamento anterior, realizado pelo instituto nos dias 15 e 16 de julho, Serra tinha 34% e Suplicy, 29%.
Os indecisos somam 9% e os que declaram que vão votar branco ou nulo são 12%. No levantamento anterior, realizado pelo instituto nos dias 15 e 16 de julho, Serra tinha 34% e Suplicy, 29%. Encomendada pela TV Globo e pelo jornal “Folha de S.Paulo”, a pesquisa é a segunda do Datafolha após o registro das candidaturas.
Veja os números do Datafolha:
José Serra (PSDB) - 33% das intenções de voto
Eduardo Suplicy (PT) - 30%
Gilberto Kassab (PSD) - 7%
Ana Luiza (PSTU) - 3%
Marlene Campos Machado (PTB) - 2%
Edmilson Costa (PCB) - 1%
Fernando Lucas (PRP) - 1%
Kaka Wera (PV) - 1%
Genildo Moreira (PSB) – 1%
Senador Fláquer (PRTB) – 0%
Juraci Garcia (PCO) – 0%
Brancos e nulos - 12%
Não sabe - 9%

A pesquisa foi realizada nos dias 12 e 13 de agosto. Foram entrevistados 2.045 eleitores em 56 municípios do estado. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Isso significa que, se forem realizados 100 levantamentos, em 95 deles os resultados estariam dentro da margem de erro de dois pontos prevista.
A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo Nº SP- 00016/2014 e Nº BR - 00363/2014.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Justiça de SP decide afastar Robson Marinho do TCE

Ex-secretário tucano, Robson Marinho é acusado de ter recebido propina da Alstom

 



Ouvir o texto

Após seis anos de investigação, a Justiça determinou o afastamento de Robson Marinho do cargo de conselheiro do TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) em razão da suspeita de que ele tenha recebido propina da multinacional francesa Alstom.
A juíza Maria Gabriella Pavlópoulos Spaolonzi, da 13ª Vara da Fazenda Pública da capital, concedeu medida liminar para tirar imediatamente Marinho do posto após o Ministério Público apontar que ele ajudou a Alstom a conseguir um contrato sem licitação com estatais do setor de energia de São Paulo em 1998, no governo de Mário Covas (PSDB).
Marinho é o acusado mais graduado no caso Alstom. Ele foi um dos fundadores do PSDB e foi o principal secretário de Covas de janeiro de 1995 a abril de 1997, ao ocupar a chefia da Casa Civil. Ele deixou o governo para assumir o cargo no TCE.
A defesa de Marinho apresentou manifestação na qual rebate as acusações da Promotoria, mas a magistrada considerou que os argumentos não derrubam as provas vindas da Suíça e da França sobre as movimentações do conselheiro no exterior.
 
PROVAS SUÍÇAS
A Suíça, que investigou a Alstom porque um banco daquele país foi usado para a distribuição do suborno, bloqueou uma conta atribuída a Marinho naquele país. Em julho de 2013, o saldo dela era de US$ 3 milhões (R$ 6,7 milhões, atualmente).
O conselheiro sempre negou ter conta na Suíça e refuta acusação de que tenha beneficiado a Alstom.
A Folha revelou no último dia 16 que Marinho usou empresas em dois paraísos fiscais para tentar ocultar que era o dono dessa conta.
Os suíços enviaram até o cartão com a assinatura de Marinho no dia da abertura da conta, em 10 de março de 1998. A mulher de Marinho também assina o cartão.
Para a juíza, os indícios contra o conselheiro não permitem que ele continue no cargo, cuja função é zelar pelas contas públicas.

Cabe recurso contra a liminar ao Tribunal de Justiça.
Uma das principais provas apresentadas pelo Ministério Público no caso é uma comunicação interna da Alstom obtida por autoridades francesas e suíças e enviada à Promotoria por meio de cooperação jurídica internacional.
O manuscrito com data de outubro de 1997 trata da negociação de um contrato com as estatais Eletropaulo e EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia).
A explicação sobre um dos valores diz o seguinte: "Trata-se da remuneração para o poder político existente. Ela está sendo negociada via um ex-secretário do governador (R.M.)". A partir de depoimentos de ex-diretores da Alstom, a promotoria diz que "R.M." é Robson Marinho.
Segundo papel encontrado por autoridades estrangeiras, a propina serviria para cobrir "as finanças do partido", " o Tribunal de Contas" e "a Secretaria de Energia".
O contrato mencionado na nota foi fechado seis meses depois, em abril de 1998, sem licitação, por R$ 281 milhões, em valores atualizados.
Em janeiro deste ano, a Folha revelou um depoimento de um ex-diretor do grupo Alstom à Justiça da Suíça, no qual ele admitiu que a multinacional pagou propinas a agentes públicos brasileiros.
A soma dos subornos corresponde a 15% do valor do contrato, segundo o executivo, o que equivale a R$ 27,15 milhões, em valor corrente.

quarta-feira, 23 de julho de 2014


Pela segunda vez, Sabesp contrata empresa para fazer chover no Alto Tietê

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Falta de chuvas afeta abastecimento de água em São Paulo94 fotos

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21.jul.2014 - Régua do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) aponta baixo nível do rio Pardo, em Ribeirão Preto, nesta segunda-feira (21). Neste período do ano o nível costumava estar entre 1,2 m e 1,5 m, mas atualmente marca apenas 0,5 m Márcia Ribeiro/ Folhapress
Cinco meses após ter iniciado o "bombardeio" de nuvens para tentar fazer chover no Sistema Cantareira, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) vai repetir a estratégia no Alto Tietê, que também passa por grave crise de estiagem.
A concessionária assinou um novo contrato com a empresa Modclima, no valor de R$ 3,68 milhões, para induzir chuvas artificiais sobre as represas do segundo maior manancial da Grande São Paulo, que estava ontem com apenas 22,2% da capacidade.
A tecnologia consiste na aceleração da precipitação de chuvas com o despejo de gotículas de água potável feito por um avião na base das nuvens, um processo conhecido como semeadura ou bombardeio. Conforme o Estado revelou em fevereiro, a prática tem sido adotada há cinco meses no Cantareira e, segundo a Sabesp, provocou a queda de cerca de 11,5 bilhões de litros nos reservatórios, o que representa 1,2% de todo o volume do sistema.
Para a concessionária, "esse resultado já justifica a contratação do serviço" para o Sistema Alto Tietê, mas não impediu o esgotamento do Cantareira. No início dos bombardeios de nuvens, que devem custar R$ 4,48 milhões por dois anos, o principal manancial paulista estava com cerca de 20% da capacidade de seu volume útil. Em cinco meses de sobrevoos, apenas em março a pluviometria acumulada no mês ficou acima da média histórica.


Resultado: no dia 10 deste mês, o sistema se esgotou e só continuou operando com a retirada de água do volume morto, reserva abaixo do nível das comportas.
Segundo a Sabesp, o sobrevoo depende das condições climáticas e da formação das nuvens. "Há um monitoramento constante e diário e acompanhamento por radares para identificar potenciais nuvens com capacidade de provocar chuvas exatamente na área das represas", informou a companhia.
O contrato de chuva artificial para o Alto Tietê também tem prazo de dois anos e começou a ser executado neste mês, depois que o Estado revelou que o sistema que abastece cerca de 4 milhões de pessoas na Grande São Paulo também apresentava baixo índice pluviométrico, queda no nível das represas e alto risco de esgotamento neste ano.
Após negar a crise, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou nesta semana que também vai utilizar 25 bilhões de litros do volume morto do Alto Tietê, o que deve garantir menos de um mês de sobrevida ao manancial. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

quinta-feira, 17 de julho de 2014


Bolsa Família deve se transformar em programa de renda mínima

Eduardo Matarazzo Suplicy

Eduardo Matarazzo Suplicy

Especial para o UOL

De 27 a 29 de junho último, participei do 15º Congresso Internacional da Basic Income Earth Network (Bien, em inglês), realizado em Montreal, Canadá. Estava em companhia de mais de 200 economistas, filósofos, juristas e ativistas de 30 países que debateram sobre as experiências de transferência de renda, programas de garantia de renda, formas de combater a pobreza, a desigualdade, promover a justiça e a perspectiva de se instituir uma renda básica de cidadania incondicional.A Bien foi fundada em 1986, em Louvain, Bélgica, a partir da iniciativa do professor Philippe Van Parijs. Ele utilizou um prêmio recebido (da fundação belga Rei Balduíno) por um ensaio mostrando quão profundamente uma renda básica incondicional afetaria o futuro do trabalho para reunir, na Universidade Católica de Louvain, cerca de 50 estudiosos da implantação de uma renda básica.
A finalidade foi de constituir um fórum de debates sobre todas as formas de transferência de renda e de luta pela instituição de uma renda básica incondicional em todos os países.
Desde então, a cada dois anos ocorre um congresso internacional da entidade. No encontro de Barcelona, em 2004, considerando a presença de pessoas de todos os continentes, propus, e foi aceito, que sua denominação passasse a ser Basic Income Earth Network (Bien).
Em Montreal, estivemos três brasileiros: Antonio Prado, secretário-executivo adjunto da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina), a professora Maria Ozanira Silva e Silva, da Universidade Federal do Maranhão, e eu.
Na oportunidade, apresentamos como o Brasil diminuiu a pobreza absoluta e a desigualdade de maneira expressiva, entre os anos de 2003 e 2014, com um conjunto de políticas econômicas e sociais, em especial o programa Bolsa Família. De dezembro de 2003 a maio de 2014, o Bolsa Família cresceu de 3,5 milhões para 14 milhões de famílias beneficiárias (50 milhões de pessoas, aproximadamente).
O congresso do Bien examinou os avanços de experiências em diversas regiões do mundo. A mais bem sucedida delas é a realizada no Alasca, há 32 anos, onde todos os habitantes recebem um dividendo anual. Outro exemplo foi a realizada por três anos na vila rural de Otjivero, na Namíbia, em que seus habitantes receberam a cada mês 100 dólares da Namíbia (R$ 23), com resultados comprovadamente positivos.

Manuela Scarpa/Photo Rio News O Brasil foi o primeiro país do mundo a aprovar a instituição, por etapas, da Renda Básica de Cidadania Eduardo Suplicy, senador (PT-SP), sobre a lei 10835/2004
Outra foi a das vilas rurais de Madhya Pradesh, na Índia, em que seus habitantes receberam mensalmente, por dois anos, 300 rúpias, com resultados socioeconômicos e educacionais muito positivos quando comparados às condições do mesmo número de habitantes de vilas semelhantes.
Também foi discutido como o Irã - após 2011, a partir da lei que extinguiu os subsídios aos combustíveis e outros produtos - instituiu uma renda da ordem de US$ 40 para seus 75 milhões de habitantes. Da mesma forma, foi debatida a iniciativa de cidadãos da Suíça, que propuseram ao Parlamento a realização de um plebiscito para consultar a população acerca do estabelecimento de uma renda básica mensal suficiente para permitir uma vida digna para todos.
Além disso, foram analisados os avanços em países da Ásia, da África, da Europa e das Américas, inclusive o Brasil – o primeiro país do mundo cujo Congresso Nacional aprovou a lei 10835/2004, que prevê a instituição, por etapas, da Renda Básica de Cidadania, incondicional para todos. Há uma enorme expectativa a respeito de como o Brasil vai avançar.
Um caminho que visualizo é a instituição de um grupo de trabalho interministerial para propor a evolução do Bolsa Família em direção ao cumprimento da lei que instituiu a Renda Básica de Cidadania no Brasil.
A distribuição de renda no país é uma das minhas lutas no Senado. A par disso, tenho trabalhado, com prioridade, arduamente, para trazer recursos do governo federal para o Estado. Tenho defendido o fim do financiamento privado de campanhas, a transparência com a declaração em tempo real na internet das doações e gastos de campanha. Tenho atendido e lutado ao lado de inúmeros movimentos sociais em suas justas reivindicações e, principalmente, atuado com a necessária e obrigatória ética na fiscalização de atos e realizaçoes de órgãos públicos.
Essas têm sido as bandeiras pelas quais tenho lutado. São esses os compromissos que pretendo continuar defendendo, se essa for a vontade dos paulistas.

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