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sábado, 27 de fevereiro de 2010
Apenas quatro pontos separam Dilma de Serra (DataFolha)
Vem aí uma eleição de ‘caneladas’ e placar apertado
Moacir Lopes Jr./Folha
No curto intervalo de dois meses, a vantagem do tucano José Serra sobre a petista Dilma Rousseff despencou de 14 para quatro pontos percentuais.
É o que informa a mais recente pesquisa do instituto Datafolha. Em fins de dezembro, Serra amealhara 37% das intenções de voto. Dilma, 23%.
Hoje, o presidenciável do PSDB figura na pesquisa com cinco pontos a menos: 32%. Em movimento inverso, Dilma subiu cinco pontos: 28%.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais –para cima ou para baixo.
Preto no branco, Dilma encostou em Serra. Mas a sondagem dá ensejo a que petistas e tucanos façam a leitura que lhes pareça mais conveniente.
Tortudando-se as estatísticas em favor do PT, poder-se-ia dizer que Dilma, no teto da margem de erro, teria 30%. Serra, no piso, beliscaria os mesmos 30%.
Espremendo-se os dados em benefício do PSDB: Serra, no pé-direito máximo da pesquisa, teria 34%. Dilma, ao rés da margem de erro, somaria 26%.
Seja como for, o Datafolha reforça uma tendência que outros institutos já vinham captando: Dilma tomou o elevador para o alto. Serra, para baixo.
Ponto para Lula. Caminhando na fronteira da lei, o presidente exibe sua candidata há mais de um ano em solenidades oficiais e pa©mícios.
Beneficiado pela Justiça Eleitoral, que arquiva –uma após outra—, todas as reclamações ajuizadas pela oposição, Lula saboreia o êxito da estratégia que concebera para sua ex-poste.
Problema para Serra. O governador também intensificou o vaivém de inaugurações. Mas sua vitrine, por estadual, não se compara ao mostruário nacional de Dilma.
De resto, Serra frequenta a fase de pré-campanha como adepto do esconde-esconde. Adia para o final de março o anúncio da candidatura.
Quanto a Dilma, afora o fato de Lula vendê-la como opção oficial desde o ano passado, o PT cuidou de aclamá-la, em Congresso, como sua candidata.
Há poucos meses, imaginava-se que Serra entraria no gramado sucessório com cara de goleada.
Mantendo-se o ritmo insinuado pelas últimas pesquisas, se tiver sorte, o candidato tucano entra em campo no zero a zero.
No pior cenário, Serra ouvirá o apito inicial com um placar adverso na tabuleta. Em qualquer hipótese, o sonho do jogo fácil virou farelo.
Avizinha-se uma partida entrecortada por caneladas de parte a parte. Uma sucessão presidencial de placar apertado.
Escrito por Josias de Souza às 18h26
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