Por Silvio Cascione
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em leve baixa nesta quinta-feira, mantendo-se perto de 1,75 real por mais uma sessão, com volume reduzido de negócios e pouca volatilidade no mercado global de câmbio.
A moeda norte-americana teve variação negativa de 0,23 por cento, a 1,754 real. O dólar tem sido cotado entre a estreita faixa de 1,775 e 1,745 real desde 22 de julho, há onze sessões.
As taxas locais de juros de curto prazo em dólares, porém, voltaram a superar 2 por cento na BM&FBovespa, indicando o retorno de uma pressão que poderia levar o Banco Central a atuar no mercado por meio de derivativos.
Analistas têm apontado que, por ora, há pouco espaço para variações mais intensas da taxa de câmbio no mercado à vista.
O dólar não sobe por conta da perspectiva de entrada de capitais no país, com o exemplo da bilionária oferta de ações da Petrobras, prevista para setembro, e também pelo ambiente mais favorável a aplicações de risco nas últimas semanas.
A moeda também não cai porque os investidores temem aumentar ainda mais as expressivas posições vendidas e serem obrigados a um recuo caso o BC mude a política de atuação, com uma oferta de swap cambial reverso, por exemplo.
A probabilidade desse evento havia diminuído com o ingresso de 3 bilhões de dólares no mercado à vista na semana passada, o que propiciou um alívio no cupom cambial de curto prazo. A taxa do FRA (forward rate agreement), no entanto, voltou a superar 2 por cento nesta quinta-feira no vencimento mais curto, atingindo na máxima do dia 2,10 por cento.
"Desde aquela consulta (que o BC fez sobre a demanda por um eventual leilão de swap reverso, há quase duas semanas), o mercado pensa: para que preço eu tenho que levar o dólar para que o BC atue?", disse o operador de FRA de uma corretora local, que preferiu não ser identificado. "O mercado, nos próximos dias, vai testar o BC."
Ecoando discurso de parte do governo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) avaliou que a moeda brasileira parece "sobrevalorizada" .
Na sexta-feira, a divulgação do relatório de emprego nos Estados Unidos pelo Departamento de Trabalho, às 9h30, concentra as atenções no mercado internacional. Antes desse anúncio, houve pouca volatilidade no exterior, com leve alta de 0,2 por cento do euro ante o dólar no fim da tarde.
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