Alvo de piadas dos colegas de trabalho porque é obesa, a telefonista Nahla Camila dos Santos, de 29 anos, decidiu recorrer à Justiça e, na quarta-feira (29), aceitou um acordo proposto pela empresa onde trabalhava para receber R$ 8 mil de indenização.
Nahla, que permaneceu na empresa de mototáxi em Ribeirão Preto (SP) entre 2009 e 2011, disse que pesava 162 quilos na época – hoje pesa 130 – e resolveu denunciar o empregador porque encontrou o desenho de um elefante na parede do banheiro utilizado pelos funcionários. Abaixo da figura estavam as letras “KA” que, segundo a jovem, faziam referência ao seu segundo nome, "Camila".
Primeiro ela procurou a polícia. “Sempre ouvi conversas baixinho, eles se referiam a mim com nomes pejorativos como gorda, elefantinho. Eu ficava mal, chorava e acabei procurando uma psicóloga. Foi ela que me ajudou a não aceitar as ofensas e registrar o boletim de ocorrência”, afirmou.
Orientada pelo escrivão, a telefonista redigiu uma carta relatando ao patrão todos os acontecimentos e pediu que ele assinasse o documento. Como, segundo ela, nenhuma atitude foi tomada, a questão foi levada à Justiça. "Eu ainda aguentei as piadas por mais três meses, até que eles me mandaram embora. E foi essa carta que provou no tribunal que eu realmente era assediada", relatou a telefonista.
Na decisão do processo, o juiz Gustavo Triandafelides Balthazar considerou que "cabe ao empregador propiciar um ambiente de trabalho saudável, tomando as medidas necessárias, inclusive fiscalizadoras, para que nenhum trabalhador tenha sua dignidade abalada."
Empresa
O advogado da empresa de mototáxi, Mário Nelson Perez Júnior, negou que o proprietário não tenha tomado qualquer atitude a respeito da carta escrita por Nahla. Segundo Perez Júnior, o gerente advertiu e, após reincidência, demitiu em julho de 2011 o funcionário responsável pelas piadas preconceituosas contra a jovem, antes mesmo de Nahla ter sido dispensada.
Humilhações
Nahla afirmou que o objetivo da ação judicial era lutar contra o preconceito que sofreu desde a infância por ser obesa. Segundo a jovem, após o nascimento da única filha, há 4 anos, ela entrou em depressão e engordou ainda mais, o que dificultava conseguir um trabalho.
Em uma entrevista de emprego, a gerente de uma rede de lanchonetes chegou a dizer que não poderia contratar uma pessoa “gorda” para vender lanches anunciados como saudáveis. Em outra ocasião, a dona de uma loja afirmou que os uniformes não caberiam nela.
“Eu passava em todas as etapas e nunca era contratada. Fiquei tão desestimulada que ligava nos locais e perguntava se tinham restrição em contratar pessoas obesas. Uma vez a mulher me perguntou: Mas você é gorda quanto?”
Nahla, que permaneceu na empresa de mototáxi em Ribeirão Preto (SP) entre 2009 e 2011, disse que pesava 162 quilos na época – hoje pesa 130 – e resolveu denunciar o empregador porque encontrou o desenho de um elefante na parede do banheiro utilizado pelos funcionários. Abaixo da figura estavam as letras “KA” que, segundo a jovem, faziam referência ao seu segundo nome, "Camila".
Primeiro ela procurou a polícia. “Sempre ouvi conversas baixinho, eles se referiam a mim com nomes pejorativos como gorda, elefantinho. Eu ficava mal, chorava e acabei procurando uma psicóloga. Foi ela que me ajudou a não aceitar as ofensas e registrar o boletim de ocorrência”, afirmou.
Orientada pelo escrivão, a telefonista redigiu uma carta relatando ao patrão todos os acontecimentos e pediu que ele assinasse o documento. Como, segundo ela, nenhuma atitude foi tomada, a questão foi levada à Justiça. "Eu ainda aguentei as piadas por mais três meses, até que eles me mandaram embora. E foi essa carta que provou no tribunal que eu realmente era assediada", relatou a telefonista.
Na decisão do processo, o juiz Gustavo Triandafelides Balthazar considerou que "cabe ao empregador propiciar um ambiente de trabalho saudável, tomando as medidas necessárias, inclusive fiscalizadoras, para que nenhum trabalhador tenha sua dignidade abalada."
Empresa
O advogado da empresa de mototáxi, Mário Nelson Perez Júnior, negou que o proprietário não tenha tomado qualquer atitude a respeito da carta escrita por Nahla. Segundo Perez Júnior, o gerente advertiu e, após reincidência, demitiu em julho de 2011 o funcionário responsável pelas piadas preconceituosas contra a jovem, antes mesmo de Nahla ter sido dispensada.
Humilhações
Nahla afirmou que o objetivo da ação judicial era lutar contra o preconceito que sofreu desde a infância por ser obesa. Segundo a jovem, após o nascimento da única filha, há 4 anos, ela entrou em depressão e engordou ainda mais, o que dificultava conseguir um trabalho.
Em uma entrevista de emprego, a gerente de uma rede de lanchonetes chegou a dizer que não poderia contratar uma pessoa “gorda” para vender lanches anunciados como saudáveis. Em outra ocasião, a dona de uma loja afirmou que os uniformes não caberiam nela.
“Eu passava em todas as etapas e nunca era contratada. Fiquei tão desestimulada que ligava nos locais e perguntava se tinham restrição em contratar pessoas obesas. Uma vez a mulher me perguntou: Mas você é gorda quanto?”
Nenhum comentário:
Postar um comentário