Em São Paulo
Enquanto o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo) diz que não encontra o reitor da USP (Universidade de São Paulo), João Grandino Rodas, para conversar – e a reitoria diz que está disposta a tal – os dois órgãos discutem a invasão do prédio da administração da instituição e as reivindicações por meio de notas pela imprensa.
Mais cedo, os servidores enviaram um “recado” ao reitor, pedindo o pagamento imediato dos dias que foram descontados de cerca de mil funcionários, a reabertura de negociações pela volta da isonomia salarial e o estabelecimento de um protocolo de negociação da pauta específica.
•Leia a nota do Sintusp
Às 16h20, a reitoria da USP informou, via nota, que "mantém-se aberta ao diálogo e à negociação, tendo como base os termos da proposta de acordo tornado público eletronicamente no dia 2 do corrente mês, por meio da Comissão que vinha negociando com esse sindicato".
No começo da noite desta quinta-feira (10), foi a vez de o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) responder. Em outra nota, o órgão afirmou que não aceita “ações de vandalismo que desrespeitam as instituições universitárias, depredam o patrimônio público e afrontam o estado de direito”, em referência à invasão da reitoria – que se encaminha para o terceiro dia.
Os manifestantes dizem que os computadores foram isolados para que não fossem utilizados e as salas estavam sendo fechadas para evitar dano ao patrimônio. Para conseguir acessar o prédio, eles destruíram uma divisória de vidro.
Quanto à isonomia, o Cruesp diz que o “alegado desrespeito não se sustenta".
Leia íntegra da nota do Cruesp
Nas últimas semanas, a pretexto de reivindicar direitos salariais, manifestantes com baixa representatividade em suas categorias e objetivos claramente políticos, passaram a usar de violência como forma de intimidar toda a comunidade universitária, como fica claro nas recentes invasões das reitorias da Unicamp (26/05) e USP (08/06).
O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) reconhece o direito de greve nos limites previstos na Constituição e na lei, entretanto não pode aceitar ações de vandalismo que desrespeitam as instituições universitárias, depredam o patrimônio público e afrontam o estado de direito.
Além de representar um ato extremo de agressão, a atitude dos manifestantes é injustificável sob qualquer ponto de vista, uma vez que a política de valorização salarial adotada pelas universidades estaduais paulistas tem mantido os salários acima da inflação.
Também não se sustenta o alegado desrespeito à isonomia relacionada às reestruturações de carreira, uma vez que tais reestruturações, desde a conquista da autonomia universitária em 1989, têm ocorrido em momentos distintos tanto para docentes como para funcionários, sem prejuízo do poder aquisitivo para ambas as categorias.
Os reitores da Unicamp, USP e Unesp mantêm-se abertos ao diálogo, mas consideram que atos à margem da lei inviabilizam a interlocução civilizada com as instituições atacadas, que se veem no dever de recorrer a todos os meios legais para manter o funcionamento de suas atividades e preservar o patrimônio público.
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