quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Polícia ouve três suspeitos de matar delegado do DHPP em SP (Postado por Lucas Pinheiro)

A Polícia Civil ouvia no início da manhã desta quinta-feira (30) três suspeitos de participar do assassinato do delegado Euclides Batista de Souza, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo. Ele levou dois tiros na noite desta quarta (29), em Itaquera, na Zona Leste da capital, em frente a sua casa.

Câmeras de segurança instaladas na casa do delegado e em imóveis vizinhos ajudaram a polícia a chegar aos suspeitos. Segundo a polícia, dois adolescentes, um de 15 e um de 17 anos, aparecem nas imagens. O mais velho deles teria baleado o delegado e dado um tiro na própria perna para simular ter sido vítima de um assalto. O mais jovem teria pedido auxílio para o colega. Um homem que ajudou a socorrer o adolescente também era ouvido nesta manhã.

 Os investigadores trabalharam durante toda a madrugada para esclarecer o caso. Para a polícia, o delegado foi vítima de uma tentativa de assalto. De acordo com o delegado Antônio de Olim, as imagens mostram que o delegado fechava o portão depois de guardar o carro na garagem, por volta das 23h, quando foi atingido pelos criminosos.

Nas imagens é possível ver suspeitos correndo pela calçada. “Ele não percebeu. Se ele tivesse olhado ele teria visto. Quando ele foi fechar o último portão, o cara já correu, veio com a arma na mão”, disse Olim. Ele empurra o criminoso e toma os tiros.

O delegado foi encontrado caído na calçada. Os vizinhos levaram o delegado para o Pronto-Socorro do Hospital Santa Marcelina, também na Zona Leste, mas ele não resistiu.

A participação de menores em atos infracionais tem crescido, segundo estatísticas da Fundação Casa. Em 2006, a fundação tinha 5,6 mil internos. Atualmente, o número gira em torno de 8,9 mil.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012


Butantan prepara testes de vacina contra dengue

Expectativa é de que até 2015 o medicamento seja colocado à venda no País
Publicado em 28/8/2012 às 14h27
Agência Estado
O Instituto Butantan espera iniciar em um mês em São Paulo os testes em voluntários para o desenvolvimento de uma vacina brasileira contra o vírus da dengue. A expectativa é de que até 2015 o medicamento seja colocado à venda no País.
O imunologista Jorge Kalil, um dos responsáveis pela vacina, diz que o início dos primeiros testes com seres humanos depende apenas da liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Esta é a segunda fase da pesquisa, que teve início a partir de um produto desenvolvido desde 2005 em laboratórios norte-americanos.
— Pretendemos iniciar em 30 dias essa nova etapa, que deve se prolongar pelos seis meses seguintes. 
Kalil explica que a terceira fase será aleatória, com testes cegos em pessoas expostas a áreas com altos índices de casos de dengue, em experimentações que vão durar outros seis meses.
— Depois disso, se tudo ocorrer como o planejado, enviaremos um dossiê para os órgãos de saúde para posterior aprovação.
No País, porém, há outra vacina sendo testada. O laboratório francês Sanofi Pasteur atua em cinco capitais brasileiras (Campo Grande, Fortaleza, Goiânia, Natal e Vitória) para verificar os efeitos, que até o momento têm sido parciais — o medicamento mostrou capacidade para proteger contra três das quatro cepas virais causadoras da doença.
Caso seja aprovada, a vacina do laboratório francês poderá ser colocada no mercado em 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Peão norte-americano vence rodeio de Barretos, SP, e leva R$ 50 mil (Postado por Lucas Pinheiro)

 O norte-americano Ted Way Flora, de 19 anos, venceu neste domingo (26) o Barretos International Rodeo, competição de montaria em touros que encerrou a 57ª edição da Festa de Barretos (SP). Ted  obteve a maior pontuação - 357,50 - entre dez competidores na final e levou o prêmio de R$ 50 mil.

O peão é um dos cinco que competiram pelos Estados Unidos. Sua equipe, porém, não foi a campeã da noite. O prêmio de R$ 100 mil nesta categoria ficou com o time do Estado do Rio Grande do Sul, que obteve 1281,25 pontos - somatória das notas conquistadas desde sexta-feira (24). A equipe é formada por Claudio Marcelino, Luiz Gustavo Cozine, Rodrigo Almeida, Danilo Torres Sobrinho e Dener Barbosa Garcia.

Onze grupos disputavam o prêmio, entre eles representantes dos Estados Unidos, México, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Pará, Sergipe, Goiás, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

 Rodeio Junior
A arena de Barretos ainda estava ensolarada quando o Rodeio Junior abriu as etapas finais de todas as modalidades disputadas neste domingo. O peão Brendo Henrique de Souza, de 17 anos, de Onda Verde (SP), foi o primeiro a ser premiado. Ele levou o prêmio de R$ 1,5 mil e a chance de participar de competições profissionais a partir do próximo ano.

Team penning
A segunda modalidade a ser diputada foi o Team Penning, prova em que três competidores em cavalos tiveram 60 segundos para conduzir os animais designados pela arbitragem a um “curral”. O trio de Barretos (SP), formado pelos peões Marcos Muzetti, Rodolfo Cássio do Nascimento e Vitor Pimentel, venceu a prova e conquistou R$ 15 mil.

Montaria em cavalos
Os paulistas Leandro Baldissera, de Capão Bonito, e Peter Wili Timm, de Marília, empataram em primeiro lugar na prova Sela Americana com 159 pontos cada. Os competidores dividiram os prêmios de primeira e segunda colocação no valor de R$ 10 mil e R$ 3 mil. Cada um recebeu R$ 6,5 mil.

Empate também na modalidade Bareback – em que o peão monta sem sela e deve se apoiar em uma alça feita de couro presa ao cavalo. O paulistano Luís Carlos Moreira e o mexicano Hector Gonzalez terminaram a prova com 162 pontos cada. Eles também dividiram os prêmios de primeira e segunda colocação: R$ 6,5 mil para cada um.

No estilo Cutiano, montaria em cavalo criada no Brasil, o campeão foi Fabiano Conceição, de 28 anos, que levou R$ 30 mil. Ainda na arena, o peão de Piracicaba (SP) contou que disputa a modalidade há 7 anos e, nesse período, já ganhou 16 motos, um carro e uma caminhonete.

Três Tambores
Única modalidade em que é permitida a participação de mulheres, a prova dos Três Tambores premiou a mato-grossense Evely Gabiele Moreno, de 16 anos. A competidora obteve 52,525 pontos e ganhou R$ 10 mil. Em oito anos de competição esta foi a primeira vez que ela participou das provas em Barretos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Rapaz preso por esfaquear padre de Piracicaba ameaçava matar a mãe (Postado por Lucas Pinheiro)

 O ataque com faca ao monsenhor Jamil Nassif Abib, de 72 anos, no último domingo (19), em Piracicaba (SP), não foi exatamente uma surpresa para a faxineira Maria dos Anjos Gonçalves, 65. A mãe do autor da tentativa de homicídio já recebe ameaças de morte do rapaz há dois anos e disse que desde 2010 ele sofre com problemas psicológicos. Até o dia do crime, a faxineira dormia com a porta do quarto trancada para se prevenir de um ataque do próprio filho.

Luiz Fernando Gonçalves, 24, invadiu a missa na Catedral de Santo Antônio e esfaqueou o padre. A guardas municipais, o rapaz disse que o crime era um "pedido de Deus". O monsenhor teve ferimentos no tórax e foi operado ainda no domingo. Ele deve ter alta até sexta (24). Gonçalves está preso no Centro de Detenção Provisória de Piracicaba.

Maria relatou que Gonçalves apresenta problemas psicológicos há dois anos. "Ele trabalhava em um supermercado e de repente se demitiu, começou a ficar trancado em casa, a gritar comigo, dizer que ia me matar", afirmou. Ela disse que, em determinada ocasião, o rapaz chegou a quebrar todos os vidros da casa e sumir por uma semana. "Eu tinha medo que ele me fizesse alguma coisa e trancava a porta do meu quarto. Ele dizia que não aguentava o barulho dos meus passos, que não queria me ver na frente dele e que iria me matar", completou a mãe.

 Problemas psiquiátricos
Com a ajuda de uma sobrinha, que é enfermeira, Maria chegou a levar Gonçalves a um pronto-socorro público e o caso foi diagnosticado como psiquiátrico. "O problema é que ele se recusava a ser atendido", relatou a mãe. Em casa, o rapaz passava horas tocando violão e lendo a Bíblia em cima do muro ou do telhado de casa.

Pedido de perdão
Maria ainda não tem certeza se vai visitar o filho na cadeia. Ainda abalada com o crime, ela contou que sempre foi católica e não vê razão para o que o filho fez. Ela disse que a única coisa que deseja é pedir perdão ao monsenhor Jamil. "Se eu encontrasse com ele a única coisa a fazer era cair de joelhos e pedir perdão. Eu não desejaria isso que aconteceu nem a um cachorro", completou.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Intoxicação alimentar deixa quatro em estado grave no interior de SP (Postado por Lucas Pinheiro)

 Quatro pessoas da mesma família estão internadas em estado grave em Santa Fé do Sul (SP). Pai, mãe e dois irmãos, de 9 e 12 anos, foram diagnosticados com botulismo, uma forma de intoxicação alimentar causada por uma bactéria presente em alimentos contaminados e mal conservados. A suspeita é que a contaminação tenha ocorrido por meio do consumo de mortadela contaminada.

A família deu entrada na Santa Casa da cidade neste domingo (19) após apresentar sintomas da doença. Os principais são visão dupla e embaçada, fotofobia (aversão à luz), tonturas, boca seca, intestino preso e dificuldade para urinar. À medida que a intoxicação evolui, se manifesta na dificuldade para engolir, falar e de locomoção. Nos casos mais graves, há paralisia dos músculos respiratórios, que pode ser fatal.

"Quando chegaram ao hospital, apresentaram vômito e diarréia e foram internados. Mas durante algumas horas, houve piora do caso e uma evolução estranha. O médico plantonista percebeu, durante a madrugada, que estava havendo comprometimento no sistema nervoso e as vítimas foram encaminhadas para a UTI. O menino, de 9 anos, apresentou comprometimento neorológico, ou seja, ele teve visão dupla e não  movimentava os olhos corretamente. Ele teve uma parada respiratória e foi colocado na ventilação mecânica", confirmou o médico José Maria Ferreira dos Santos.

A criança de 12 anos também apresentou piora e também foi colocada na ventilação mecânica. "O pai e a mãe apresentavam letargia, diminuição de reflexos, muito vômito e diarréia. Com as medidas do hospital, eles ficaram estáveis e fomos atrás do soro", comentou o médico.

Por causa da potencialidade letal da doença, a família precisou receber às pressas o soro específico contra a doença. Uma equipe da Polícia Militar saiu de São Paulo em um helicóptero para levar o medicamento até a cidade, que fica a 626 quilômetros da capital. "Foi montada uma verdadeira operação de guerra. Em duas horas, o soro já estava em nossa unidade. Sem ele, as vítimas correriam um risco de vida elevado", explicou o médico.

Segundo os médicos responsáveis pelo caso, o estado de saúde das quatro pessoas ainda é grave. "É uma doença muito rara., por isso só temos o soro anti-botulinico na capital. Normalmente, o que se houve falar, é que ela é mais comum no palmito com água contaminada. Mas existe em qualquer tipo de alimentos, basta desenvolver a bactéria", conformou o médico.

sábado, 11 de agosto de 2012

Menina morta a socos por amante da mãe deixou carta para a assassina (Postado por Lucas Pinheiro)

A menina de 13 anos morta a socos por uma boxeadora, namorada da própria mãe, deixou duas mensagens em um caderno escolar poucos dias antes de morrer em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Uma das cartas seria entregue para Ana Luiza Ferreira, mãe da vítima, e a outra para Elizabeth Fernandes dos Santos, suspeita de ser a assassina. Segundo o delegado responsável pelo caso, as cartas foram anexadas ao processo e provam que a garota não tinha um bom relacionamento com a família.

Ana Beatriz de Souza foi morta no último dia 15 de julho, dentro da própria casa, no Jardim Anhanguera. Além da mãe, que já está presa, Elizabeth e José Bento de Souza, ex-marido de Ana Luiza, também são suspeitos de participar do crime e estão foragidos. O corpo da menina foi encontrado na Rodovia Anchieta com várias fraturas e ferimentos pelo corpo, além de sinais de esganadura.

A jovem escreveu dois bilhetes em cadernos escolares, que foram encontrados na mochila deixada ao lado do corpo da menina. Em uma das cartas, que seria entregue para a mãe, Ana Beatriz de Souza afirma, entre outras coisas, que se sente uma intrusa na família. Já na outra, que seria entregue para Elizabeth, a criança afirma gostar muito da namorada da mãe. Para o delegado responsável pelo caso, Luiz Evandro Medeiros, as cartas serão fundamentais para o desfecho da história. "Os bilhetes vão mostrar para o juíz e para o promotor que a garota estava tentando se reconciliar com a mãe e com a futura assassina. Mandei juntar os documentos ao processo, porque fica claro que a garota estava pedindo desculpas por algum desentendimento", explica.

Ex-marido
Segundo o delegado, quatro investigadores foram até o bairro Jardim Real, em Praia Grande, para apurar a denúncia anônima de que o pai adotivo de Ana Beatriz esteve no local. A polícia confirmou que o suspeito de participação no crime esteve no bairro até a última terça-feira (7), mas depois disso desapareceu.

Para Luiz Evandro, as denúncias são positivas para o andamento do caso. “Isso é altamente positivo e estamos verificando todas as denúncias”. O delegado disse ainda que conta com a ajuda de outras delegacias para a solução do caso.


Leia os bilhetes na íntegra

“Mãe, não sou uma boa filha, mas não estou fazendo essa carta para que você chore ou fique com pena, só quero que saiba que eu te amo muito. Mesmo não acreditando. Sou sua filha, mas às vezes sinto como se fosse uma intrusa nessa família. Mesmo assim te amo e gosto muito de você, da Beth e do Luiz. Desculpa por ser assim tão desobediente, é meu jeito”.

“Beth, sei que tenho te tratado muito mal, mas quero que saiba que não é porque não gosto de você, mas sinto que às vezes sou intrusa. Fico muito sozinha e estressada. Mas eu gosto muito de você e sei que sente saudade das suas filhas”.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Polícia conclui que mãe não socorreu a filha durante espancamento (Postado por Lucas Pinheiro)

A polícia de Praia Grande, no litoral de São Paulo, concluiu que Ana Luiza Ferreira, mãe da menina de 13 anos espancada até a morte pela própria amante, não intercedeu durante a agressão para salvar a filha. Após analisar os resultados da perícia realizada na última quarta-feira (8), o delegado responsável pelo caso, Luiz Evandro Medeiros, acredita que a suspeita não fez tudo o que podia para tentar salvar a vida da filha.

Ana Beatriz de Souza foi morta no último dia 15 de julho, dentro da própria casa, no Jardim Anhanguera. Elizabeth Fernandes dos Santos, amante da mãe, e José Bento de Souza, ex-marido de Ana Luiza, também são suspeitos de participar do crime e estão foragidos. O corpo da menina foi encontrado na Rodovia Anchieta com várias fraturas e ferimentos pelo corpo, além de sinais de esganadura.

Segundo o delegado, Ana Luiza Ferreira alterna momentos de muito arrependimento e choro mas, ao mesmo tempo, possui uma narrativa bastante fria sobre a história. "É um fato monstruoso. Com certeza ela tem algum problema. É uma pessoa fria que, do nada, fica parada olhando para o vazio. Nada pode depor a favor do que ela fez. É um dos casos mais significativos e absurdos que já peguei. A mãe não intercedeu enquanto a filha era espancada", explica.

A polícia pretende colocar ainda nesta sexta-feira (10) as fotos dos dois foragidos nos sites da corporação. O delegado explica que muitas pessoas colaboram com denúncias anônimas para que o caso seja rapidamente solucionado. "Prendemos a mãe por uma denúncia anônima. Também descobrimos que a boxeadora, amante da mãe, estava em uma casa de Guarulhos desta forma. Em poucos minutos a casa foi cercada, mas ela conseguiu fugir a tempo", conta.

Inicialmente, a polícia de Praia Grande acreditava que José Bento de Souza ainda estaria na região da Baixada Santista. Duas equipes continuam fazendo as buscas pela região mas, segundo a polícia, existe a possibilidade de Souza ter fugido para o interior de São Paulo. No final da tarde desta quinta-feira (9), o irmão do suspeito se apresentou na delegacia de Praia Grande e garantiu não saber para onde José Bento fugiu

O crime

A mãe da vítima, Ana Luiza Ferreira, participou de uma reconstituição do assassinato da adolescente nesta quarta-feira (8). De acordo com ela, o crime aconteceu quando um outro filho, de 7 anos, dormia em um quarto em frente ao local do assassinato. "Ela alegou que houve uma discussão muito forte entre a filha dela e a Elizabeth, que é namorada da Ana Luiza. A Elizabeth, que é boxeadora, teria agredido a filha dela com socos até a morte. Ela disse que tentou afastar a amante, mas não conseguiu. A reconstituição serviu para mostrar como a mãe foi omissa", explica o delegado.

Depois de ter visto a filha morta, Ana Luiza foi até o carro buscar um cobertor para esconder o cadáver. Durante a reconstituição, uma pequena fogueira foi encontrada nos fundos da casa com várias roupas queimadas e um anel. A polícia acredita que o trio pretendia enterrar a menina dentro da própria casa, ao invés de jogar o corpo na estrada.

Outra hipótese
Apesar da mãe da vítima alegar que o assassinato aconteceu por causa de uma briga familiar, a polícia trabalha com uma outra hipótese. "Nós temos testemunhas protegidas que garantem que o ex-marido dela é traficante e usava a mãe e a adolescente para transportar drogas. A menina teria perdido uma quantidade de drogas, o que motivou uma cobrança dos mais velhos. A mãe e a Elizabeth resolveram se desfazer da criança para compensar a cobrança por parte dos traficantes", explica o delegado.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Boxeadora suspeita de matar criança fugiu para Guarulhos, diz polícia (Postado Lucas Pinheiro)

A polícia de Praia Grande, no litoral de São Paulo, trabalha com a hipótese de que Elizabeth Fernandes dos Santos e Carlos José Bento de Souza, suspeitos de terem participado do assassinato de uma menina de 13 anos, possam ter fugido da cidade para ganhar tempo e atrapalhar as investigações. Elizabeth foi vista na tarde desta quarta-feira (8) em Guarulhos, na grande São Paulo, mas conseguiu fugir antes da chegada da polícia.

Ana Beatriz de Souza foi morta no último dia 15 de julho, dentro da própria casa, no Jardim Anhanguera. A mãe da garota, que também é suspeita de ter participado da execução, foi detida e colabora com as investigações. O corpo da menina foi encontrado na Rodovia Anchieta com várias fraturas e ferimentos pelo corpo, além de sinais de esganadura.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Luiz Evandro Medeiros, Elizabeth fugiu de Praia Grande e, na tarde de ontem, passou por Guarulhos antes de desaparecer. "A amante foi para a casa de uma irmã em Guarulhos. Quando chegamos lá confirmamos que ela havia estado no local, mas já tinha ido embora. Com certeza ela não está mais em Praia Grande", explica.

Por outro lado, o delegado acredita que o outro suspeito, o ex-marido, não tenha saído da região. "O Carlos tem dinheiro para sair do estado. Porém, acredito que ele ainda está na Baixada Santista. Duas equipes da minha delegacia estão fazendo as buscas por todas as cidades da região. Inclusive pelo litoral sul, porque há a possibilidade de ele estar por aquela área", conta.

A mãe da vítima, Ana Luiza Ferreira, participou de uma reconstituição do assassinato da adolescente nesta quarta-feira (8). De acordo com ela, o crime aconteceu quando um outro filho, de 7 anos, dormia em um quarto em frente ao local do assassinato. "Ela alegou que houve uma discussão muito forte entre a filha dela e a Elizabeth, que é namorada da Ana Luiza. A Elizabeth, que é boxeadora, teria agredido a filha dela som socos até a morte. Ela disse que tentou afastar a amante, mas não conseguiu. A reconstituição serviu para mostrar como a mãe foi omissa", explica.

Depois de ter visto a filha morta, Ana Luiza foi até o carro buscar um cobertor para esconder o cadáver. Durante a reconstituição, uma pequena fogueira foi encontrada nos fundos da casa com várias roupas queimadas e um anel. A polícia acredita que o trio pretendia enterrar a menina dentro da própria casa, ao invés de jogar o corpo na estrada.

Outra hipótese
Apesar da mãe da vítima alegar que o assassinato aconteceu por causa de uma briga familiar, a polícia trabalha com uma outra hipótese. "Nós temos testemunhas protegidas que garantem que o ex-marido dela é traficante e usava a mãe e a adolescente para transportar drogas. A menina teria perdido uma quantidade de drogas, o que motivou uma cobrança dos mais velhos. A mãe e a Elizabeth resolveram se desfazer da criança para compensar a cobrança por parte dos traficantes", explica o delegado.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Trio suspeito de matar garota fez boletim de ocorrência para tentar 'álibi' (Postado por Lucas Pinheiro)

Os três suspeitos de terem assassinado uma menina de 14 anos, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, chegaram a registrar um boletim de ocorrência sobre um suposto desaparecimento no dia seguinte da execução da garota. Segundo o delegado titular do 1º DP da cidade, Luiz Evandro Medeiros, o trio registrou a ocorrência normalmente, como se não tivessem nenhuma relação com o crime e não soubessem o que tinha acontecido com a criança.

Segundo o delegado, Ana Luiza Ferreira, mãe da menina, Elizabeth Fernandes dos Santos, namorada de Ana Luiza, e Carlos José Bento de Souza, padrasto da vítima, agiram juntos na morte da garota. Ana Luiza foi detida após ter aparecido em casa para buscar um relógio e ser surpreendida por investigadores. Já Elizabeth e Souza são considerados foragidos da Justiça. "Localizamos os três, que foram ouvidos e negaram a participação nos crimes. Quando fizemos a perícia e encontramos sangue dentro do carro deles, o trio resolveu fugir. Já que tinham o compromisso de não sair da cidade, vimos que eles tinham culpa. Levamos a situação para um Juíz, que decretou a prisão temporária dos três por 30 dias por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Já estamos fazendo as buscas. Prendemos a mãe, que foi interrogada e prestou depoimento", explica o delegado.

Durante o depoimento, Ana Luiza negou participação direta no crime, mas confessou ter visto a filha ter sido assassinada. Segundo a suspeita, uma discussão sobre o relacionamento entre ela, Elizabeth e a filha foi o estopim para o assassinato. "A suspeita explica que por causa dessa discussão, a Elizabeth, que é boxeadora, teria espancado a menina até a morte. A mãe disse que tentou apartar, mas não conseguiu e viu a filha morrer na frente dela. Depois disso ela teria chamado o padrasto, que ajudou a se livrar do cadáver", conta o delegado.

O corpo da adolescente foi encontrado às margens da Rodovia Anchieta, na altura de São Bernardo de Campo, no dia 15 de julho. Por causa das investigações, a polícia só divulgou o caso nesta terça-feira (7). Segundo a polícia, a menina era utilizada para transportar drogas sem levantar suspeitas. Ela teria sido assassinada por causa de uma dívida com o tráfico. "O padrasto é um traficante que já foi condenado e preso por tráfico de drogas. Apuramos que a menina levava drogas para vários pontos de venda. Um dia, com medo de ser apreendida, ela se desfez de uma mochila com drogas e saiu correndo. A partir daí ela passou a sofrer represálias do traficante e da própria mãe, já que eles tinham que dar conta do dinheiro perdido. Após uma forte discussão, a menina tentou fugir, até que foi espancada e morta. Eles pagaram a dívida entregando a vida de uma criança", explica o delegado.

O corpo da jovem foi encontrado com vários ferimentos, ainda vestindo o uniforme da escola onde ela estudava, em Praia Grande, o que ajudou a polícia a esclarecer o caso. Uma autópsia foi realizada e constatou que a adolescente foi morta por asfixia. "O traficante chegou em casa e viu a menina morta. Ele colocou ela no carro e se livrou do corpo. Quando encontramos o cadáver, começamos a juntar as peças e encontramos a casa onde o crime aconteceu. Depois encontramos o carro utilizado, que tinha sido vendido para uma senhora de outro bairro", conta.

Com o carro em mãos, a polícia resolveu entregar o veículo para a perícia, que utilizou um reagente para comprovar que havia marcas de sangue dentro do carro e confirmar as suspeitas de que a jovem teria sido assassinada.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Batizada como homem, mulher de 28 anos tenta mudar certidão e se casar (Postado por Lucas Pinheiro)

Uma moradora de Praia Grande, no litoral de São Paulo, vive um drama que se arrasta por toda a vida: batizada como homem, ela agora luta para conseguir se casar, aos 28 anos, com o noivo. Quando nasceu, a dona de casa Cristina Dias da Silva foi batizada pelo próprio pai com um nome masculino. Anos depois, tentando ser reconhecida como mulher, acabou tendo a certidão de nascimento cancelada. Por causa disso, Cristina não tem documentos, não trabalha e não pode realizar seu maior sonho, que é casar com o pai de suas duas filhas.

Cristina nasceu em São Vicente, mas foi registrada pelo pai em um cartório na Bahia como Cristhian Nilma Andrade Novaes. Aos 13 dias de vida, ela foi abandonada e deixada com uma mulher que morava em Praia Grande. Ela acabou indo para o litoral paulista porque sua irmã mais velha já morava na região também após ter sido abandonada. A mãe visitava as filhas frequentemente, mas sumiu durante seis anos e voltou a aparecer apenas quando já estava à beira da morte, para autorizar a adoção oficial das meninas.

Quando saiu o documento de adoção, foi preciso fazer uma outra certidão de nascimento das crianças para inserir o nome dos pais adotivos. A irmã de Cristina mudou uma letra no nome, passou de Katia Nima para Katia Nilma, e ganhou um novo sobrenome. Já Cristina, que se chamava Cristhian Nilma, passou a se chamar Cristhina Dias da Silva. “Eu falei pra juíza que queria trocar meu nome. Era muito feio. Eu passei muita vergonha na escola por causa disso”, conta ela.

Quando saiu a nova certidão, o Fórum de Santo Amaro, em São Paulo, mandou um oficío para o cartório da Bahia para que eles cancelassem a antiga e validassem a nova. Mas, segundo Cristina, isso não foi feito e ela continuou com os dois nomes antigos.

Aos 15 anos, a jovem decidiu tirar o RG na Delegacia de Praia Grande. Ela fez o pedido e recebeu um protocolo, mas o documento nunca chegou ao local. Ela foi orientada a voltar no Fórum de Santo Amaro e acabou descobrindo que a antiga certidão não tinha sido cancelada. Depois de mais três meses, um funcionário garantiu que o documento antigo tinha sido invalidado na Bahia.

Enquanto tentava resolver definitivamente a situação, a jovem conheceu Marcelo Soares Louzada, pai de suas duas filhas. Ele seguiu com Cristina na busca pelo reconhecimento da mulher como cidadã. Sabendo da resposta do Fórum, eles foram no Poupatempo, em Santos, tentar retirar um RG para Cristina. Apesar de estarem com a nova certidão em mãos, mais uma vez o documento não foi entregue porque havia um furo no papel. O casal voltou ao Fórum para retirar a 2ª via do documento mas foi informado que só poderiam fazer isso com uma autorização da justiça.

Cristina e Marcelo contrataram uma advogada, que conseguiu com um juíz uma autorização para retirar o documento. O problema, mais uma vez, é que a advogada descobriu que a nova certidão também estava invalidada. "O Fórum cancelou as duas certidões que ela tinha. A certidão que era para ter sido cancelada e a certidão nova que o próprio Fórum autorizou a ter. Com isso ela passou a ser simplesmente uma pessoa que não existe”, explica Louzada.

Empenhada em conseguir o RG, Cristina assinou um documento para que o processo fosse desarquivado novamente. Pouco tempo depois, o Fórum mandou uma carta endereçada a ela, com o nome atual, dizendo que o processo tinha sido desarquivado. Apesar disso, o companheiro diz que não consegue ter acesso a mais nada. “Ninguém sabe informar nada. Ela não sabe nem que nome vai poder ter", reclama Louzada.

Aos 28 anos, Cristina não tem RG e nem carteira de trabalho. Ela também nunca votou e nunca teve uma conta bancária. Em todas as vezes que foi procurar ajuda, o casal conta que as pessoas desconfiavam. “Eu morria de vergonha. A última vez que eu fui no Fórum em São Paulo eles riram da minha cara", diz Cristina. Já Marcelo lembra de um constragimento que eles passaram no Poupatempo. “Parecia que a gente era estelionatário. Eles pegavam a certidão e ficavam um olhando pro outro, cochichando, com os documentos na mão”, conta.

Há 7 anos juntos, o casal teve duas filhas. Na certidão das crianças, o nome de Cristina está escrito corretamente. Eles sonham com o dia que poderão casar oficialmente, mas até agora não conseguiram porque ela não tem os documentos. As irmãs Katia e Cristina planejam um duplo casamento, assim que a jovem conseguir ter uma certidão de nascimento. “É muita burocracia. Eu só quero existir. É um direito meu. Eu quero existir pra casar”, diz.

O G1 entrou em contato com o Tribunal de Justiça de São Paulo para obter informações sobre o andamento do processo do casal. Em nota, o Tribunal esclarece que o pedido de desarquivamento já foi feito e que enviou duas cartas para Cristina avisando que o processo já está à disposição. O Tribunal também explica que apenas a segunda certidão foi cancelada, prevalecendo a legalidade da primeira. Ainda em nota, o Tribunal esclarece que o Ministério Público determinou que o primeiro registro (com nome masculino) permaneceria com validade.

Trabalhadores da GM aprovam acordo durante assembleia (Postado por Lucas Pinheiro)

Os funcionários da General Motors de São José dos Campos (SP) aprovaram nesta terça-feira (7) o acordo firmado no último sábado (4) entre montadora e Sindicato dos Metalúrgicos. A proposta aprovada prevê que 940 trabalhadores do setor entrem em férias coletivas a partir desta semana, na quarta-feira (8) ou quinta-feira (9).

Depois de 15 dias de férias coletivas, os mesmos trabalhadores entrarão em 'layoff', medida para suspensão temporária do contrato de trabalho no período de três meses e 10 dias.

O acordo estabelece ainda que a empresa irá abrir um novo Plano de Demissões Voluntárias (PDV) que deve ser executado nos próximos 60 dias. A produção do Classic vai continuar com 900 metalúrgicos, o que, segundo a montadora, mantém o nível de produção da linha.

A votação foi realizada durante assembleia que reuniu cerca de 4.000 funcionários por uma hora - das 6h20 às 7h20 - no bolsão de estacionamento do setor de Montagem de Veículos Automotores (MVA), que será desativado no final de novembro.

Salários integrais
Durante o período de 'layoff', os funcionários que estiverem no programa receberão os salários integrais, que serão pagos em conjunto pelo governo do Estado, por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), e pela GM. A medida exige que os operários participem de cursos de qualificação.

A proposta foi elaborada após uma reunião de conciliação no último sábado (4) na sede do Centro das Indústrias de São Paulo, em São José dos Campos.

O encontro que definiu o acordo durou cerca de nove horas e teve a participação de representantes da General Motors, do Sindicato dos Metalúrgicos, o secretário nacional de Relações do Trabalho, Manoel Messias Nascimento Melo, o secretário estadual de Relações do Trabalho, Carlos Andreu Ortiz, além do prefeito da cidade, Eduardo Cury (PSDB).

domingo, 5 de agosto de 2012

'Raiva', desabafa pai sobre PMs que mataram vítimas de mesmo nome (Postado por Lucas Pinheiro)

Mortes ocorridas após supostos confrontos entre policiais militares e cidadãos ganharam destaque nas estatísticas do estado de São Paulo e marcaram histórias de famílias destruídas pela violência. O aposentado Dorival Tavares da Silva viu uma coincidência dolorosa em meio aos casos: 17 dias após seu filho Ricardo ser assassinado por policiais no bairro da Vila Dalva, ele acompanhou pela TV as investigações sobre a execução de outra vítima, também de nome Ricardo. “Toda vez que via me dava mais raiva. Pensava: 'eles fizeram isso com meu filho e continuam fazendo?'”, disse Dorival em entrevista ao G1.

Ele se referia ao caso do empresário Ricardo Prudente de Aquino, morto em 18 de julho por policiais no bairro de Pinheiros, em São Paulo, após uma abordagem. Nos dois casos, quem disparou foi a polícia. Nos dois casos, nenhum deles tinha ficha criminal. Nos dois casos, a alegação foi resistência à prisão.

Entre abril e junho de 2012, 79 pessoas foram mortas por policiais em serviço na capital. Ao comentar a morte de um italiano após um assalto em São Paulo, o secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, disse que a cidade vive uma 'escalada de violência'.

O total de homicídios dolosos (quando há a intenção de matar) cresceu 21% na cidade de São Paulo e 8,39% no estado no primeiro semestre de 2012, de acordo com as estatísticas da Secretaria da Segurança Pública. O governador Geraldo Alckmin atribuiu o crescimento do índice à reação de criminosos ao aumento da repressão policial ao tráfico de drogas em São Paulo, e disse que o estado enfrenta "meses difíceis".

A vida sem Ricardo
O aposentado Dorival Tavares conta que também ajudou nas investigações que desmontaram a versão dos policiais para a morte do filho. Ao lado de Daniel de Oliveira, pai do garoto que foi morto com Ricardo quando andavam juntos de moto, o aposentado se empenhou em recolher provas e informações que fizeram com que cinco policiais militares envolvidos no caso fossem presos. “Desde o começo Daniel disse que ia provar que eles eram inocentes. Eu ajudei nas investigações”, conta ele.

Na casa simples de dois quartos em Vargem Grande Paulista, na Grande São Paulo, Dorival tenta retomar a vida sem o seu Ricardo. Nascido quando o pai estava para se aposentar, o menino passou a infância ao lado de Dorival, já que a mãe trabalhava o dia todo fora de casa, como doméstica. “Ele ia para onde eu ia, desde criança tomei conta dele. Carregava até mamadeira dentro do carro.”

Ricardo nasceu e morreu em um dia 1º, coincidência que convive com as memórias do aposentado. "O sonho dele era trabalhar, ganhar dinheiro, comprar um carro. Ele adorava carro, moto. Eles morreram no que estavam querendo. O prazer deles era andar de moto."

O pai conta que Ricardo terminou o primeiro grau e fez curso técnico de administração para tentar um emprego melhor do que o de repositor num supermercado, onde estava atualmente. "Ele era inteligente, o meu filho", lembra Dorival emocionado, mostrando fotos e pertences do jovem de 20 anos. "Nunca fui chamado aqui para ir atrás dele, em delegacia, nunca deu trabalho."

'Um dia ele saiu e não voltou'
Na madrugada daquele 1º de julho, Dorival recebeu um telefonema. "Ligaram procurando a família do César [amigo de infância de Ricardo] para dizer que ele estava no hospital. Fui na casa do Daniel [pai de César], mas ele não chegava. Na hora eu nem me toquei que o meu estava junto. Chegamos no hospital umas 7h e pouco e o pai dele disse: 'Seu Dorival do céu, a polícia matou meu filho e o seu ainda está vivo, mas não sabe se escapa'."

Dorival chegou a ver Ricardo, mas ele estava inconsciente e morreu na mesma tarde. "Fiquei sabendo que ele reagiu ainda no hospital e falou: 'A polícia que matou nós. Matou meu amigo e eu estou aqui' e aí caiu em coma de novo."

O boletim de ocorrência da morte foi registrado no 51º Distrito Policial, no Rio Pequeno, e o caso foi depois encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), por envolver policiais militares em serviço.

No boletim, o registro aparece como resistência seguida de morte, e aponta a apreensão de três armas com as vítimas. Dorival diz que as armas "apareceram" depois - uma delas oito dias após os crimes. "E não tinha nenhuma detonada."

Na descrição do incidente, os policiais afirmam que estavam em patrulhamento de rotina quando perceberam uma moto com duas pessoas em comportamento suspeito. Fizeram sinal luminoso, mas o motorista não obedeceu e fugiu. Teria havido troca de tiros, e a moto caiu.

"Nós pensamos que tinha sido acidente de moto. Mas a filha do Daniel foi até o lugar e ligou dizendo: 'pai, vem aqui que não foi acidente de moto'. Quando Daniel chegou lá, viu um policial desmontando a moto que estava inteirinha, sem nenhum arranhão". Dorival conta que os policiais estavam em um carro particular, não identificado, e que eles atiraram para cima pra justificar um suposto tiroteio.

Daniel decidiu investigar as mortes e reuniu, com a ajuda de Dorival, testemunhas, evidências e provas que contestam a versão dos PMs. Na semana passada, cinco policiais foram presos. Daniel e Dorival se dizem aliviados com as prisões. "Graças a Deus a gente conseguiu", disse o pai de César.

A Corregedoria da Polícia Militar disse, em nota divulgada sobre o caso, que não compactua com qualquer tipo de irregularidade praticada por PMs. Os cinco policiais presos são do 14º Batalhão de Osasco e não tinham autorização para atuar na capital paulista. O Ministério Público vai denunciar os suspeitos por duplo homicídio qualificado.

"É triste para um pai, uma mãe... Você trabalha tanto para criar um filho e ele morre nessa situação. Eles foram enterrados como bandidos. Não entra na minha cabeça", diz Dorival.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Moradora adota mais de 40 animais abandonados na Serra do Mar (Postado por Lucas Pinheiro)

Para muitos moradores dos bairros de encosta da Serra do Mar, em Cubatão, no litoral de São Paulo, a chance de morar em uma nova residência pode significar um recomeço de vida. Porém, para os animais de estimação destas famílias, essa mudança pode gerar abandono e tristeza. Desde 2010, cerca de 2.500 famílias foram removidas de áreas de risco e encaminhadas para apartamentos da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). Com isso, muitos deixaram para trás os cães e gatos de estimação. Mas graças a uma moradora do bairro Cota 200, esses animais ganharam uma segunda chance.

A dona de casa Helena Maria da Silva Bispo resolveu adotar 35 cães e 10 gatos. Eles foram abandonados pelas famílias e foram encontrados em situações precárias. "Algumas famílias se mudaram para os prédios e deixaram os bichos amarrados em casa, sem comida e sem beber água. Não pude vê-los passando fome e sede", afirma Helena. Ela cuida dos cães e gatos há cerca de três anos. Segundo ela, os animais são alimentados com dinheiro do próprio bolso, sem a ajuda de ninguém. "Recebo apenas R$ 500,00 como pensionista. Com parte desse dinheiro eu comprava a comida para eles", relata.

A história mudou quando a dona de casa resolveu divulgar a situação nas redes sociais. Agora ela conta com o apoio de algumas pessoas que contribuem com ração, papelão e cobertores, além da ajuda da Associação em Defesa da Vida Animal (ADVAC), de Cubatão, que contribui com atendimento veterinário e providenciou a castração dos bichinhos. Questionada sobre a possibilidade de colocar os animais à adoção, Helena fica triste. "Eventualmente terei que fazer isso com os pequenos, mas já peguei amor por eles. Nem me importo mais de acordar às 6h com os latidos", conta.

Além dos cachorros e gatos recolhidos pela moradora, existem outros espalhados entre os bairros Cotas, Grotão, Água Fria e Pinheiro do Miranda. De acordo com a representante da ADVAC, Denise Gobi, cerca de dois mil animais foram ou ainda serão abandonados, já que o projeto de remoção de moradores das áreas de risco ainda não foi concluído. Por causa disso, a Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB de Santos, no litoral de São Paulo, iniciou uma campanha para arrecadação de ração, medicamentos, cobertores, toalhas e casinhas, entre outros produtos, que serão destinados a ONGs que cuidam dos animais abandonados na Serra do Mar, em Cubatão. Interessados em fazer doações podem comparecer à Praça José Bonifácio, 55, no Centro, de segunda à sexta-feira, das 9 às 18h.

Em nota, a CDHU afirma que já tem pronto um projeto de abrigo para os animais abandonados na Serra do Mar e aguarda a oficialização da cessão da área disponibilizada pela prefeitura de Cubatão para essa finalidade. Desde o início do Programa da Serra do Mar, técnicos sociais da Companhia vêm acompanhando os moradores, que são orientados a não abandonar os animais durante o processo de remoção. Nas reuniões de pós-ocupação que visam à constituição do condomínio, os próprios moradores decidem, por meio de votação, se o conjunto poderá ou não ter animais.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Funcionários da GM liberam a Dutra após manifestação (Postado por Lucas Pinheiro)

Os trabalhadores da unidade da General Motors em São José dos Campos, interior de São Paulo, liberaram por volta das 7h45 desta quinta-feira (2) o tráfego nos dois sentidos da Via Dutra, próximo à montadora.

A manifestação começou por volta das 6h e gerou 11 km de congestionamento na pista sentido Rio de Janeiro. Eles deverão participar de uma assembleia pela manhã.

Durante o manifesto, muitos motoristas tentaram desviar pelas marginais da rodovia, mas não havia espaço para passar. Segundo informações do sindicato da categoria, 1.500 trabalhadores participaram da manifestação.

De acordo com a NovaDutra, concessionária que administra a rodovia, foram formados 11 km de congestionamento no sentido Rio de Janeiro, do km 150 ao km 140, e outros 10 km no sentido São Paulo, do km 131 ao km 141.

O motorista Carlos dos Santos, de 45 anos, saiu de Taubaté por volta das 7h levando um grupo de idosos para consultas médicas em São José dos Campos. Ele ficou parado por mais de 45 minutos na rodovia. "Tem que ter paciência, esperar. Infelizmente, não tem outro jeito. O exame dá para remarcar, mas vamos perder a viagem", explica.

Já o caminhoneiro Leandro Zorzi, de 32 anos, seguia com diversas encomendas para a cidade de Campinas. "Caminhoneiro é o que menos pode falar, mas infelizmente tudo aqui precisa chegar ao extremo. Todo mundo perde com isso", afirma o motorista.

O protesto foi feito devido à informação de que a GM abriu novos postos de trabalho, conforme divulgado pela empresa ao governo federal. Os trabalhadores pedem que o Classic seja produzido em São José.

Mobilizações
Na terça da semana passada, a unidade da GM em São José dos Campos dispensou todos os funcionários temendo possíveis mobilizações dentro da unidade. A fábrica amanheceu fechada e isolada.

O fechamento ocorreu em meio a negociações entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos sobre o destino dos cerca de 1.500 trabalhadores da linha de produção conhecida como MVA (Montagem de Veículos Automotores).

No dia 16, os metalúrgicos da GM aprovaram uma greve de 24 horas para tentar impedir os planos da montadora de encerrar as atividades do setor MVA no município - a segunda mobilização em menos de uma semana. No dia 12, os trabalhadores realizaram uma paralisação de advertência de duas horas e votaram estado de greve.