terça-feira, 25 de outubro de 2011

Camelôs do Brás pedem à Prefeitura para ficar nas ruas até dezembro (Postado por Lucas Pinheiro)

Depois de horas de protesto, uma comissão de camelôs que trabalham no Brás, região central de São Paulo, se reuniu no fim da manhã desta terça-feira (25) com integrantes da Polícia Militar e da Subprefeitura da Mooca, responsável pela área, para tentar fechar um acordo. A categoria quer trabalhar nas ruas do bairro até dezembro, período em que alegam ser o melhor do ano para as vendas. Para a PM, os ambulantes não são cadastrados e não têm, portanto, autorização para montar suas barracas naquela área.

Os camelôs decidiram no início da tarde encerrar as manifestações. Eles disseram que, à meia-noite, podem voltar às ruas e iniciar novos protestos se não tiverem o pedido atendido. Eles protestam desde a noite de segunda-feira (24) contra a ação da Polícia Militar na região da Feira da Madrugada com a chamada Operação Delegada – que combate os ambulantes irregulares e a venda de produtos falsificados.

Comerciantes que têm lojas na Rua Oriente, uma das principais da região, começaram a abrir parcialmente seus comércios no fim da manhã desta terça – as lojas tinham ficado fechadas devido ao protesto dos ambulantes.

Entre os cinco integrantes da comissão de camelôs que foi até a sede da Prefeitura, no Centro, para a reunião está o presidente do Sindicato dos Camelôs Independentes de São Paulo, Leandro Dantas.

Pela manhã, o prefeito da cidade, Gilberto Kassab, agradeceu à Polícia Militar pela ação na região. "Eu posso afirmar que aqueles que trabalham com produto roubado e produtos frutos de contrabando serão, até o final do processo, enfrentados pela Prefeitura e pelo poder público e sou muito grato ao apoio da Polícia Militar. Porém, todos aqueles que trabalham legalmente terão o nosso apoio", afirmou.

Durante toda a manhã, comerciantes que tentaram abrir suas portas foram forçados pelos manifestantes a ficar com as lojas fechadas. O grupo percorreu ruas do bairro e chegou a interditar por cerca de 30 minutos o cruzamento da Avenida do Estado com a Rua São Caetano. Os poucos comerciantes que abriram suas portas ouviram gritos de "fecha" durante a passagem da manifestação dos vendedores ambulantes. Eles chegaram a avançar em um homem que resistiu em fechar seu estabelecimento. Uma pessoa foi detida e levada para o 12º DP, no Pari.

Protesto
A manifestação começou na noite de segunda quando a PM iniciou a Operação Delegada nas ruas do bairro. Manifestantes incendiaram dois carros, e uma banca de jornal e uma loja foram depredadas.

"São dez ruas da região com trabalhadores, são 7 mil barracas só do lado de fora. Eles não nos dão alternativa de trabalho. Lá dentro [no galpão da Feira da Madrugada] eles estão sofrendo também. Seria uma alternativa de trabalho para a gente, mas também estão fechando”, diz Leandro Dantas, do sindicato da categoria.

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